Sete suspeitos de chefiar um grupo criminoso e a assessora de um vereador foram presos durante a operação deflagrada nesta terça-feira (17) em Salvador. A informação foi divulgada pela Polícia Civil. Os suspeitos tiveram os mandados de prisão cumpridos nos bairros do Engenho Velho de Brotas, Imbuí, Costa Azul e Piatã.
De acordo com a polícia, a ação aconteceu também no Tororó e na Avenida ACM. Ao todo, foram cumpridos 70 mandados judiciais, incluindo de prisão e busca e apreensão. Mais de 200 policiais participaram das buscas. As abordagens integram a 5ª fase da "Operação Noise".
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Em nota, a diretora do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), delegada Márcia Pereira, reforçou a importância da ação.
“A desertificação desse grupo, com a retirada dos líderes do convívio social, representa o enfraquecimento do tráfico de drogas e mortes violentas. Seguiremos apurando todas as informações coletadas para alcançar outros envolvidos”, detalhou.
Segundo a polícia, o objetivo é coibir a atuação de organizações criminosas em Salvador e outras regiões do estado. A operação tem o apoio da Polícia Federal, com o uso dos blindados que chegaram na cidade no final do mês passado.
Os mandados judiciais foram decretados pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). No entanto, não há detalhes de quantos são de prisão ou busca e apreensão.
"As cinco fases da Operação Noise são resultado de dois anos de investigações relacionadas ao tráfico de drogas e organizações criminosas”, informou a diretora do Draco.
Também atuam policiais dos Departamentos de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Especializado de Investigações Criminais (Deic), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Polícia Metropolitana (Depom), de Polícia do Interior (Depin), além das Coordenações de Operações de Polícia Judiciária (COPJ) e de Operações e Recursos Especiais (Core), com o Canil da especializada.
A Polícia Federal participa das ações por meio do Comando de Operações Táticas (COT) e Grupo de Pronta Intervenção (GPI), por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Denúncia
Uma idosa de 76 anos denuncia que teve a casa onde mora invadida por engano por policiais durante a operação. O imóvel, que fica na Rua Vila América, no Engenho Velho de Brotas, teve a porta e cadeados quebrados durante a ação.
Em entrevista à TV Bahia, dona Luzia contou que estava dormindo com a filha e o neto, quando ouviu policiais gritando e batendo em uma porta, mas não imaginou que fosse a da casa dela. Em seguida, os agentes teriam invadido e apontado armas para a idosa, que faz aniversário nesta terça.
"Eles bateram muito e gritando: 'Polícia, polícia!'. Eu pensei que eles estavam do outro lado. Não liguei. Não sabia que era aqui na minha casa. Quando eu vi, foi eles invadindo minha casa".
Dona Luzia contou que ficou apavorada com a situação. "Que susto grande. Que presente de grego eu recebi. Da cama, eu levantei e já vi os homens com as armas em cima de mim, invadindo minha casa, entrando nos quartos. Eu fiquei doida, toda me tremendo. Logo hoje, no meu aniversário".
A idosa detalhou ainda que, além do susto e do prejuízo ainda houve o constrangimento. A filha dela, que dorme no primeiro andar do imóvel, estava de roupas íntimas, quando os policiais chegaram. Os agentes foram embora do imóvel sem levar nada.
"Arrombou minha porta, quebrou dois cadeados. Como é que eles invadem assim minha casa, 5h. Minha casa nunca aconteceu isso. Eu sempre morei aqui e agora eu tomei esse choque".
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, que é responsável pela ação, mas não teve retorno até a última atualização deste texto.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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