A mãe do turista paranaense Júlio Cesar Moreira ainda espera por uma resposta da polícia, para entender o que aconteceu com o filho entre a noite de 14 de outubro e a madrugada do dia 15. O pedagogo foi encontrado morto atrás do Cristo da Barra, ponto turístico de Salvador.
Mais de um mês depois, o caso segue sob investigação. Nesta quarta-feira (22), a Polícia Civil (PC) confirmou ao iBahia que pediu a prorrogação do prazo de entrega do inquérito. Com isso, a corporação terá mais 30 dias de apuração. Ainda não foi pontuado se houve um acidente ou se Júlio Cesar foi vítima de um crime.
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Em nota, a polícia alega que não pode divulgar detalhes para não atrapalhar as investigações. Informações que também não são passadas para a família. Em entrevista ao iBahia, Josélia Moreira contou que se sente de "mãos atadas", porque não recebe atualizações e nem tem condições financeira para pagar um advogado.
"Ninguém me deu retorno, ninguém me disse mais nada. Não temos como pagar um advogado para acompanhar o processo. A gente está com as mãos atadas. Não tem o que fazer. A gente está esperando", contou.
Apesar do mistério que ronda o caso, a família acredita que o paranaense tenha sido assassinado. Júlio tinha um ferimento na cabeça que ainda não foi explicado. Josélia sequer teve acesso ao laudo cadavérico do filho. Ela aguarda o documento para dar entrada em outros processos legais.
"Alguém fez alguma coisa com ele. Não é possível. Meu menino não era de me deixar preocupada. Tudo o que ele fazia, eu sabia. Tenho para mim que alguém atraiu ele para esse lugar", pontuou.
A mãe do turista lembra que chegou a ir no Cristo da Barra a procura do filho, antes de buscar a polícia, mas não viu o corpo dele. Somente quando chegou na Delegacia da Barra, que cobre a região, que soube da morte.
"Eu fui nesse Cristo e fiquei debruçada, mas não vi nada. Parece que Deus queria me dizer alguma coisa, mas eu não identifiquei".
Depois de um mês, a dor da perda ainda é grande para a mãe. "A dor só aumenta cada dia mais. Acordo chorando, lembrando do meu filho. Ele era um filho espetacular, uma pessoa que não tinha maldade com ninguém. Ele respeitava das crianças até as pessoas de idade".
Relembre o caso
Júlio Cesar estava de férias em Salvador com a mãe, quando morreu. Ele saiu do hotel onde os dois estavam hospedados, na Barra, dizendo que iria pedalar na orla do bairro, na noite de 14 de outubro, e não voltou mais. Para o companheiro, no entanto, Júlio teria dito que iria encontrar um amigo.
O paranaense foi encontrado morto na madrugada do dia seguinte, 15 de outubro. Na época, a polícia não descartou a hipótese de assassinato. A versão é defendida pela família.
A mãe contou que ficou preocupada durante a noite e madrugada, e que, ao chegar na delegacia para registrar o desaparecimento, ficou sabendo que um corpo havia sido encontrado no Cristo. Em seguida, a família reconheceu a vítima como sendo Júlio Cesar.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador, onde foi periciado. Depois foi encaminhado para Curitiba (PR) de avião e seguiu de carro para ser enterrado em Jaguariaíva (PR), onde a família mora.
Amor pela Bahia
Ainda conforme relato da família, o paranaense amava a Bahia e costumava passar as férias no estado. Esta era a terceira vez dele em Salvador. Júlio Cesar e a mãe desembarcaram na capital no dia 4 de outubro e chegaram a passar alguns dias em Morro de São Paulo, que fica na Ilha de Tinharé, em Cairu.
Formado em pedagogia, o turista chegou a morar em Rio Real, a cerca de 200 km de Salvador, por 5 anos, enquanto atuava em um colégio da rede estadual de educação. Ele era o mais velho de 3 irmãos e era muito próximo da mãe. A família conta que Júlio Cesar costumava planejar as férias com ela. No ano passado, os dois foram para Natal (RN).
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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