Está pensando em ir à praia nos próximos dias? Você precisa ficar alerta para presença de manchas de óleo, que se espalha rapidamente pelo litoral da Região Nordeste e ainda não se tem explicações sobre a origem. De acordo com a médica Juliana Chieppe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essas manchas podem trazer danos graves para pele.
A especialista afirmou que é difícil precisar a toxicidade desse petróleo, pois cada poço tem propriedades distintas, com mais ou menos substâncias tóxicas. Entretanto, é certo que o contato do óleo com a pele pode dermatite de contato aguda, a doença é caracterizada pela vermelhidão, coceira e ressecamento, levando de 6 a 24 horas para se manifestar. Em casos mais graves, o petróleo pode provocar queimaduras.
Segundo a dermatologista, o tempo de exposição é essencial no cálculo de danos para os banhistas. "A dermatite de contato aguda pode acontecer após a mínima interação direta com a pele, dependendo da suscetibilidade do órgão. O contato prolongado pode acabar levando a um quadro de elaioconiose - cistos causados pela obstrução dos poros com o óleo.
Juliana Chieppe ainda alerta que idosos e crianças são mais suscetíveis à dermatite, pelo fato de terem a pele mais sensível, geralmente mais fina, facilitando a absorção da substância. Já em adultos, que possuem uma pele mais rígida e grossa, a aderência é mais difícil. Mas mesmo com as especificidades de cada idade, é importante ressaltar que os efeitos do contato do petróleo variam muito a partir da pele de cada indivíduo.
“Para que a situação seja grave para a saúde, é preciso um contato repetido e prolongado, a ponto do organismo absorver substâncias tóxicas e inseri-las na corrente sanguínea. Mas se houver contato com a pele, a recomendação é lavar rápido com água e sabão. Caso a pessoa tenha reação alérgica, procurar urgentemente atendimento médico”, explica a dermatologista, que é sócia da Clínica Sá e Chieppe.
Manchas de óleo
Nas últimas semanas, o Nordeste tem sido assolado por uma quantidade substancial de manchas de óleo espalhados na beira das praias. Detectadas pela primeira vez na Paraíba, no fim de agosto, as manchas já chegaram, até o dia 14 de outubro, em 166 locais do Nordeste. A Bahia foi o último estado da região a ser atingido pelas manchas, com 22 áreas afetadas, incluindo Vilas do Atlântico, Guarajuba e Praia do Forte.
Em Salvador, as manchas já são visíveis em praias como Piatã, Itapuã, Praia do Flamengo, Jardim de Allah e Jardim dos Namorados.
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Redação iBahia
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