A maioria dos médicos classifica as viagens como um "evento estressante", muito mais para aqueles que sofrem de doenças autoimunes como a inflamatória intestinal, a celíaca, a tireoidite de Hashimoto ou a psoríase, quando a mudança na rotina, a diferença de fuso, germes desconhecidos ou comidas estranhas podem agravar o problema.
Porém, apesar do número cada vez maior de pessoas que vêm aderindo a dietas anti-inflamatórias rígidas para controlá-las, comer em trânsito pode ser um desafio e tanto. Aqui, profissionais da saúde e especialistas oferecem dicas para se manter saudável e comer bem, mesmo viajando. Entretanto, como sempre, é bom falar com seu médico e pedir conselhos específicos, dependendo do lugar que pretende visitar.
Organize a medicação antes de embarcar
"Tome os cuidados necessários para já ter a doença sob controle antes de viajar. Sempre oriento meus pacientes a irem para lugares que não exijam vacinação atenuada, como a da febre amarela, que pode acarretar outros problemas de saúde, ou onde não tenham que se expor a organismos letais", aconselha o dr. Michael Chiorean, diretordo Centro de Excelência da Doença Inflamatória Intestinal do Virginia Mason.
Ele também recomenda que se leve o medicamento na embalagem original, com cópia da receita, além de uma carta do médico explicando a doença e os remédios exigidos para diminuir as chances de confisco no aeroporto ou posto de segurança de fronteira.
"Visitar regiões como a Europa Ocidental, onde é fácil repor os remédios, é mais aconselhável", completa. Se uma fórmula manipulada se perder ou for retida, o paciente pode entrar em contato com o plano de saúde/seguradora ou programas de apoio dos laboratórios, que geralmente oferecem um suplemento por meio da farmácia especializada ou hospital local (dependendo do país). Para as versões genéricas, o paciente pode ir a qualquer farmácia e reabastecer o suprimento.
Coma e beba com moderação (ou prepare as próprias refeições)
Reforçar o sistema imunológico é essencial para manter a saúde durante a viagem. A dra. Ryan Warren, nutricionista clínica do Centro Jill Roberts para a Doença Inflamatória Intestinal da faculdade Weill Cornell Medicine e do hospital New York-Presbyterian, recomenda alimentos locais, frescos e sazonais nas viagens ao exterior. "Cada paciente tem uma necessidade diferente, mas recomendo frutas, legumes e verduras frescos (bem cozidos, descascados e sem sementes se o objetivo é evitar altos teores de fibras), proteínas magras como peixe, aves e ovos, grãos integrais e nozes, dependendo da tolerância individual", explica.
Ela também sugere que se evitem alimentos crus, que podem conter doenças, expondo o viajante a males ainda mais problemáticos para quem tem o sistema imunológico comprometido. Evitar gatilhos inflamatórios como açúcares concentrados, comidas fritas e/ou muito gordurosas e bebidas alcoólicas também é benéfico. "E como a viagem de avião é excepcionalmente desidratante, beber muita água é fundamental", complementa.
Use a tecnologia a seu favor
O smartphone é uma ferramenta muito útil para o viajante que tem problema de saúde crônico. A escritora de viagem Jodi Ettenberg vende cartões digitais para restaurantes em doze línguas em seu site, o Legal Nomads, explicando as restrições da dieta celíaca e esclarecendo dúvidas sobre contaminação cruzada usando nomes de alimentos locais.
O Google Translate ajuda o viajante a comunicar suas necessidades médicas específicas a comissários de voo, garçons, funcionários de hotel e profissionais da saúde. Reservar acomodações com cozinha por meio de sites como Airbnb e VRBO permite o preparo das próprias refeições sem que seja preciso depender de restaurantes. (E também oferece a chance de explorar a culinária local com liberdade.) Se for comer fora, aplicativos como Yelp, Happy Cow e HealthyOut (só nos EUA) ajudam a localizar restaurantes que acomodam dietas específicas.
Por fim, para aqueles que têm problemas digestivos, ter um banheiro à disposição em questão de segundos é fundamental. Charmin's Sit e Squat and Flush Toilet Finder mapeiam as toaletes públicas mais próximas de sua localização, onde quer que você esteja no planeta. E para reduzir o estresse relacionado ao estômago, é possível relaxar um pouco e praticar meditação com aplicativos como o Calm and Headspace.
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Redação iBahia
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