Combater a gravidez indesejada e o alto número de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são dois importantes desafios no Brasil. Segundo dados do Instituto Oswaldo Cruz, 30% das gestações no país não são planejadas e, em média, 40 mil novos casos de DSTS são detectadas todos os anos. Uma pesquisa realizada pelo departamento de ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, juntamente com a farmacêutica Bayer, mostra que 72% dos homens acreditam que a responsabilidade por se prevenir é do casal, mas apenas 31% deles fazem algo para se prevenir.
— Os números indicam a necessidade de difundir informações; ensinar adolescentes e jovens sobre os métodos contraceptivos disponíveis e a importância da prevenção das DSTS. Essa é a melhor saída para diminuir a gravidez na adolescência e o surto de sífilis, por exemplo — afirma o ginecologista Afonso Nazário, professor do departamento de ginecologia da Unifesp.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os números da sífilis no país são alarmantes. Em 2010, foram notificados 1.249 casos da doença, que é transmitida na relação sexual sem camisinha. Em 2015, apenas cinco anos depois, esses números saltaram para 65.878, um aumento de mais de 5.000%.
Educação é a saída, dizem especialistas
A psicóloga e sexóloga Laura Muller diz que é importante repetir por várias vezes as explicações sobre o assunto, principalmente quando for tratado com adolescentes:
— Muitas vezes as pessoas ficam impedidas de ouvir aquilo que acabamos de falar por conta de um bloqueio emocional e por ser um assunto muito complexo.
Para a ginecologista Albertina Duarte Takiuti o uso de camisinha deveria ser glamourizado e incentivado por pessoas de grande apelo midiático como atletas e artistas.
— A maioria dos homens não usa camisinha porque tem medo de falhar. Se um Neymar ou um Cauã Reymond aparecer falando que usa, no dia seguinte um monte de homem vai usar.
Os motivos deles
‘Estraga a diversão’. Essa foi a justificativa de 16% dos homens, que acharam que parar para colocar a camisinha atrapalha o momento de intimidade. Outros 12% afirmaram não possuir nenhum preservativo no momento da transa. Dentre os homens que responderam a pesquisa, 11% disseram ter se esquecido de usar o preservativo. No estudo, 10% dos rapazes afirmaram que decidiram se arriscar a fazer sexo sem proteção, correndo o risco de engravidar a parceira e/ou contrair uma Doença Sexualmente Transmissível. A bebida e a droga em excesso foi o motivo para 9% dos homens não usarem o preservativo na transa.
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Redação iBahia
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