A vitamina D é responsável por metabolizar o cálcio e o fósforo no nosso organismo e é essencial para a saúde dos ossos. Além disso, também é importante para a regulação do sistema imunológico. "E influencia no controle de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial e diabetes, de acordo com o estudos mais recentes", explica o médico Joaquim Custódio da Silva Júnior, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Fameb/Ufba) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional Bahia (SBEM Bahia).
De acordo com o médico, a deficiência de vitamina D apresenta consequências clínicas importantes no tecido ósseo e muscular, predispondo a doenças como osteoporose e osteomalácia, além de aumentar o risco de quedas e fraturas. Mas, ainda assim, não existe recomendação de rastreio populacional para a vitamina.
Dados de estudos sobre níveis de vitamina D em diferentes regiões do mundo confirmam a alta prevalência de hipovitaminose D (conjunto de carências provocadas pela falta da vitamina). “No Brasil, a hipovitaminose D foi documentada em várias regiões, o que justifica uma análise crítica de seus critérios diagnósticos”, avalia Dr. Joaquim.Para isto, o médico alerta que tanto uma indicação correta da solicitação do exame, quanto o processamento adequado da amostra, associados a uma interpretação e avaliação crítica dos resultados, são essenciais para que se indique um tratamento eficaz baseado nas evidências científicas atuais.
A hipovitaminose D leva à deficiência na absorção do cálcio, o que pode levar a um quadro de hiperparatiroidismo secundário, o qual, por sua vez, pode levar à perda de massa óssea pelo aumento da reabsorção e, consequentemente, a fraturas.
Em situações onde o nível da vitamina D é extremamente baixo (menor que 10 ng/mL), pode ocorrer um defeito de mineralização do tecido ósseo, caracterizando como raquitismo na criança, e osteomalácia nos adultos.
O mais recente Posicionamento Oficial estabelecido pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e pela SBEM estabelece que o nível de valor desejável para a população saudável (até 60 anos) deve ser acima de 20 ng/mL; e nos grupos de risco o valor deve ser entre 30 e 60 ng/mL. Os grupos de risco:
• Idosos (acima de 60 anos);
• Pacientes com sarcopenia (perda de massa muscular);
• Indivíduos com fraturas ou quedas recorrentes;
• Gestantes e lactantes;
• Pacientes com osteoporose e outras doenças osteometabólicas;
• Pacientes com doença renal crônica;
• Pacientes com síndromes de má-absorção (por exemplo, após cirurgia bariátrica e doença inflamatória);
• Pessoas em uso de medicações que possam interferir com a formação e degradação da vitamina D, tais como terapia antirretroviral, glicocorticoides e anticonvulsivantes;
• Indivíduos que não se expõem ao sol ou que tenham contraindicação à exposição solar.
“Este posicionamento tem como objetivo discutir e sugerir uma melhor prática na solicitação e interpretação dos resultados bem como a definição de valores de referência, de acordo com a faixa etária e da presença ou não de doenças crônicas”, explica Dr. Joaquim.
De acordo com orientações do Ministério da Saúde (MS), aproximadamente 80% da nossa necessidade diária da vitamina D pode ser adquirida pela exposição diária ao sol, e 20% pela ingestão alimentar.
Para garantir a ingestão diária da vitamina o MS recomenda, além de consumir alimentos como leite, fígado e peixe, garantir a exposição solar de quinze a vinte minutos pelo menos três vezes por semana sem protetor solar e até às dez da manhã, ou após as quatro da tarde.
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Redação iBahia
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