Bastam alguns minutos em um avenida movimentada de uma grande cidade para perceber uma cena bem comum: uma pessoa no banco do passageiro de um carro, com os pés no painel do veículo e o banco reclinado, enquanto o condutor dirige. Porém, essa busca por um maior "descanso" dentro do automóvel pode levar a consequências negativas, como lesões graves, caso ocorra algum acidente.
Essa constatação foi feita através das imagens de um exame de raio-X, divulgado pela polícia do País de Gales, na Europa, no fim de janeiro. A paciente, que estava com os pés no painel do carro, teve o fêmur e o quadril do lado esquerdo quebrados, enquanto no lado direito do corpo o osso desencaixou da articulação. Segundo as autoridades policiais, os danos vão causar graves consequências à vida futura da jovem.
Em 2015, uma mulher norte-americana ficou permanentemente incapacitada após uma leve colisão em que estava com os pés para cima. Ela quebrou o fêmur e o tornozelo em quatro partes, além de também ter o nariz quebrado após o airbag jogar suas pernas contra seu rosto.
Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo, os passageiros que colocam o joelho ou o pé apoiado no painel, correm alto risco de sofrer lesões graves em caso de acidente, mesmo em baixa velocidade.
“Acontece que, nessas posições, o trauma direto nas articulações é muito mais frequente e mais grave. Com o joelho apoiado no painel do veículo, o trauma provocado por um eventual acidente ocorre diretamente na articulação, provocando fraturas ou lesões irreparáveis na cartilagem articular”, explica José.
A colocação do pé sobre o painel do carro coloca o quadril em uma posição de flexão e, ao sofrer o impacto da batida, o osso da coxa pode acabar desencaixando da articulação, o que representa uma lesão muito grave.
“Para piorar a situação, o nervo ciático transita exatamente nesse local e, frequentemente, é lesado seriamente, comprometendo os movimentos da perna, muitas vezes de forma definitiva”, ressalta o especialista.
Ele finaliza com o alerta de que, nessa posição, o airbag não será capaz de desempenhar a sua função de proteger o passageiro, como seria possível se ele estivesse sentado corretamente e usando o cinto de segurança.
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Redação iBahia
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