O mês de dezembro marca a chegada do verão, a época mais quente do ano. Apesar da estação só ter início no fim do mês, as temperaturas começam a subir já no fim de novembro, o que aumenta os riscos de doenças associadas à exposição ao sol. A principal delas é o câncer de pele, que afeta cerca de 176 mil brasileiros a cada ano.
Os dados são da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que promove, neste mês, a campanha "Dezembro Laranja", visando conscientizar sobre os riscos da doença, a mais incidente entre os tipos de câncer. Entre os grupos de risco estão aqueles de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros, além dos que possuem queimaduras solares, incapacidade para se bronzear, quantidade alta de pintas ou familiares com histórico da doença.
— O câncer de pele se caracteriza pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Elas formam camadas, umas mais profundas que as outras. Os diferentes tipos de câncer de pele estão relacionados à profundidade das camadas afetadas — conta a Dra. Karla Assed, dermatologista membro da SBD e da American Academy of Dermatology.
Segundo Assed, a doença pode aparecer, de forma mais branda, nas formas de carcinoma basocelular (mais frequente, ligado diretamente à exposição ao sol e com surgimento comum a partir dos 40 anos) ou espinocelular (um pouco mais grave, com possível ligação ao tabagismo). É possível contrair, também, um melanoma, forma mais grave da doença e com potencial de metástase (se espalhar para outras partes do corpo).
As principais medidas de prevenção recomendadas são evitar a exposição excessiva ao sol e se proteger contra os efeitos da radiação ultravioleta. Para isso, a indicação é usar chapéus, camisetas, óculos escuros e roupas capazes de cobrir outra áreas expostas. Tão importante quanto é o uso de filtro solar, que deve ser diário e incluir reaplicações. A exposição ao sol entre 10h e 16h não é recomendada.
Os dermatologistas aconselham, também, a consulta com um profissional na área ao menos uma vez por ano para a realização de exames.
— Com o passar dos anos, quanto mais frequente e duradoura a exposição ao sol, maior a probabilidade de ocorrerem manchas e tumores malignos. A questão é que mesmo sabendo dos riscos, as pessoas se expõem em horários em que o sol pode provocar lesões importantes na pele, principalmente durante o verão — alerta a médica.
Dermatologistas explicam como detectar um possível câncer de pele
A observação é um dos principais cuidados que se deve tomar para a descoberta de um indício da doença. A Dra. Assed recomenda atenção para o surgimento de pintas ou lesões com aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta e fácil sangramento.
Outras lesões que devem ser acompanhadas com cautela são pintas pretas ou castanhas que mudam de cor e textura, com formação de irregularidades nas bordas e crescimento de tamanho, além de manchas ou feridas que não cicatrizam e seguem crescendo acompanhadas de coceira, erosão ou sangramentos. Melanomas já em estados de metástase podem apresentar sintomas em outras áreas do corpo.
Uma forma didática de observar os fatores de risco é o método ABCDE, divulgado pela própria SBD. A técnica consiste em observar assimetria, irregularidade nas bordas, cores escuras ou mais de uma cor, diâmetro maior que 0,5 centímetro e evolução de lesões na pele. O diagnóstico da doença, no entanto, deve ser feito por um médico especializado, por meio de exames clínicos.
Tratamento pode requerer consulta em oncologista
Nos casos menos graves, há tratamentos com procedimentos simples, que envolvem a remoção do tumor por diferentes métodos cirúrgicos, conta a Dra. Assed. O procedimento é sucedido por tratamentos de combate às células cancerígenas, com técnicas variadas, que podem envolver o uso de bisturi elétrico, lasers ou agentes fotossensibilizantes.
— Quem diagnostica o câncer, em geral, é o dermatologista. A partir da lesão suspeita, ele faz a biópsia e resseca a lesão. — explica a Dra. Sabrina Chagas, especialista em oncologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A médica alerta que, no caso do diagnóstico de melanoma ou algum outro tipo de tumor, é recomendada a visita a um oncologista, que realizará exames para verificar o estágio da lesão e a necessidade de algum tratamento complementar, como cirurgia, imunoterapia ou até mesmo quimioterapia.
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Redação iBahia
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