A dois, a três, ou mais e até mesmo sozinho. O importante é gozar. Ou melhor, o importante é atingir o ápice do prazer, chegar ao orgasmo. No entanto, o caminho até o "pico" é árduo em uma sociedade na qual o tema ainda é tabu.
Há 24 anos, o calendário é marcado pela celebração do Dia Mundial do Orgasmo, data que passou a ser pontuada após uma intensificação na campanha feita por lojas britânicas voltadas para o mercado sexual para debater o tema com mais liberdade.
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"O orgasmo é uma fonte de autoconhecimento. Ele pode ser consequência de um processo de autoconhecimento. Na verdade. Acho que quando a gente fala sobre orgasmo, a gente tem que falar primeiro sobre prazer, sobre construir esse caminho de prazer, que é construído a partir desse olhar para si mesma. (...) Então vamos nos iniciar. Acho que é necessário que as mulheres e todas as pessoas com roupa gostem e gozem. No sexo e na vida", declara a educadora sexual Gisele Palma.
Apesar de "estar na roda" há muito tempo, ainda há quem torça o nariz ao falar sobre sexo. Em entrevista ao iBahia, a educadora sexual e terapeuta gineco natural, Gisele Palma, de 31 anos, falou sobre a descoberta da sexualidade e dos prazeres, e se mostrou positiva quanto ao espaço para o debate na sociedade.
"Existe uma quebra cada vez maior desse tabu. O tabu do prazer pela mulher. A gente sempre foi colocada nesse lugar de fornecedora de prazer, eu sempre eu cresci na minha adolescência vendo na revista como ser a namorada perfeita, como agradar o seu namorado e nessa lógica a gente não olha para gente, a gente olha para o outro, a gente olha para o parceiro", conta.
Para a educadora, o crescimento de sex shops tem forte influência no debate sobre o tema de forma mais popular, dando sentido a origem da data.
"Agora a gente observa essa onda crescente de número de sex shops no Brasil e no mundo, e de como essas empresas vem crescendo. O número de clientes e tudo mais a gente percebe que tem mais mulher olhando para si, né para o seu próprio prazer, mais pessoas com vulva valorizando o seu próprio prazer. Isso é muito importante."
Outro grande aliado na quebra do tabu sobre o orgasmo tem sido as declarações de celebridades sobre o tema. Sem pudor para falar sobre o próprio prazer, artistas tem falado cada vez mais sobre a experiência sexual e revelado o que dá ou não certo.
Como, por exemplo, as cantoras Simone e Simaria, que já confessaram terem fingindo orgasmo. A atriz Cleo também já abriu o jogo sobre a situação e entregou ter feito uma "orquestra de gemidos" para agradar o rapaz.
Ao iBahia, Gisele Palma explicou o motivo disso acontecer em relações heterossexuais. "Quando a gente faz o sexo falocentrado que foca a relação na penetração, a gente tá deixando de lado o clitóris, aí a gente não gosta do clitóris que é o que mais possivelmente vai despertar o orgasmo na vida da pessoa", explicou.
Para a educadora sexual, o conselho, além da descoberta é se permitir experimentar. "O prazer para a gente não é só uma questão do momento em si que você tá ali tendo prazer e goza. Isso reverbera na nossa vida, porque isso impacta na nossa qualidade de vida como um todo. Não só o sexo, a qualidade de vida sexual impacta na qualidade de vida social e vice-versa".
AUTOR
Redação iBahia
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