No dia 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, enfermidade que possui 61 casos novos a cada 100 mil homens (dados de 2016 do Instituto Nacional do Câncer). Dada a importância do assunto e da visibilidade do Novembro Azul, o médico urologista Augusto Modesto, um dos médicos que estará presente no "Simpósio de Uro-oncologia da Bahia" realizado entre os dias 24 e 25 de novembro, esclarece algumas dúvidas sobre a doença.
1- Quais os principais indícios de câncer de próstata?
Não existem indícios. Existe sim, a prevenção e o diagnóstico precoce. Pela Sociedade Brasileira de Urologia, pacientes negros e com histórico familiar devem ser submetidos à prevenção (exame de toque retal + PSAt) a partir dos 45 anos.
Para os demais homens, o procedimento deve ser realizado anualmente a partir dos 50 anos, mas é sempre bom realizar os exames preventivos quando a pessoa sentir a necessidade. A doença é silenciosa e assintomática. Os sintomas só aparecem em estágios avançados da doença, onde a cura é mais difícil.
2- Todos os casos de câncer de próstata têm indicação cirúrgica?
Não. Nem todos são cirúrgicos. Os tratamentos curativos para o câncer da próstata são basicamente a cirurgia e a radioterapia. Os índices de cura com esses tratamentos são altos, quando a doença é diagnosticada em seu estágio precoce.
3- Quais são os tipos de classificação deste tipo de câncer e quais são os tratamentos específicos?
O câncer da próstata pode ser classificado de três maneiras: doença localizada (de baixo ou de risco intermediário), doença localmente avançada (alto risco) ou doença avançada ou metastática (quando a doença já se espalhou por outros pontos do corpo).
Quando existe diagnóstico precoce, geralmente é de baixo risco ou risco intermediário e, em poucos casos de alto risco, mas deste 80% ainda estão localizados. A maioria deste grupo pode ser tratada por cirurgia (aberta, laparoscópica ou robótica) ou radioterapia. A vigilância ativa e tratamentos focais, como H.I.F.U (High Intensity Focus Ultrasound), começam a crescer muito, principalmente ainda, fora do Brasil. No Brasil, pacientes de convênio e particular tem acesso a essas terapias mais novas ou minimamente invasivas, porém o serviço público ainda não oferece esses tratamentos em todas as regiões brasileiras.
A doença localmente avançada tem ganhado, no Brasil, cada vez mais adeptos ao tratamento cirúrgico, principalmente na primeira fase do tratamento. Isso ocorre, na maioria das vezes, nos hospitais de referência para tratamento de câncer uro-oncológicos, seja no âmbito público ou no privado. Mas, ainda a maior parte desses pacientes é submetida a tratamento com radioterapia e bloqueio hormonal, em associação.
Num último grupo de pacientes, aqueles classificados como metastáticos, a forma de tratamento mais utilizada não é a cirurgia e, sim, bloqueio hormonal ou quimioterapia.
5 - Quais as novidades em tratamentos, drogas e técnicas referentes a este tipo de câncer?
O arsenal no tratamento do câncer da próstata tem aumentado muito nos últimos 10 anos e com isso tem melhorado o prognóstico e a sobrevida destes pacientes nas mais diversas fases da doença. Por exemplo, na área cirúrgica, a cirurgia robótica tem avançado muito no Brasil nos últimos anos. Técnicas cirúrgicas, focais e minimamente invasivas ( H.I.F.U ), vem crescendo também.
A realização dos exames preventivos tem ganhado cada fez mais adeptos e a maioria das pessoas são identificadas ainda no estágio inicial, o que evita os efeitos colaterais como impotência sexual, incontinência urinária ou estenose uretral, Complicações inerentes ao tratamento cirúrgico.
Novas drogas vêm surgindo principalmente para serem usadas antes da quimioterapia ou após da mesma, e trazem um ganho de sobrevida significativo para pacientes com doença localmente avançada. Modalidades de tratamento da radioterapia também têm se aperfeiçoado e sendo disponibilizadas ao arsenal terapêutico do tratamento do câncer da próstata.
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SERVIÇO:
II Simpósio de Uro-Oncologia da Bahia
Quando: 24 e 25 de novembro
Onde: Sheraton Hotel da Bahia
Quanto: R$100,00 (médico), R$70,00 (outros profissionais) e R$50,00 (estudantes)
Mais informações: http://www.abmeventos.org.br/evento/ii-simposio-de-uro-oncologia-da-bahia/index.html
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Redação iBahia
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