Num mundo cada vez mais informativo, as redes sociais ajudam a nos aproximar das pessoas, ter acesso a informações, resolver problemas... Mas algumas pessoas preferem não se envolver tanto com elas e até mesmo desistem ou nunca sequer começam a usar.
Mas será que dá para viver longe das redes? A psicóloga Ana Cavalcante conta que sim, é possível. E dá dicas de como fazer para usar menos e com mais cuidado.
É possível viver longe delas?
Antes delas, nós vivíamos sem elas. Sim, é possível viver fora das redes sociais ainda hoje, estabelecendo relações à moda antiga. Claro que muitas informações não serão recebidas, como o aniversário de algum conhecido com quem você nunca fala ou as fotos do final de semana na praia de um colega de trabalho. Perceba que eu ressaltei que essas informações não serão recebidas, o que é diferente de informações perdidas. Será que essas informações são realmente importantes ou podemos deixar passar, pois não farão nenhuma diferença para nossa vida? Podemos viver longe das redes sociais, mas cada dia menos distante da Internet, que um universo muito mais amplo do que essas redes.
Redes sociais substituem encontros físicos? Dá para trocar um pelo outro?
Substituir em totalidade nem substituem, mas muitas pessoas trocam um pelo outro em nome da rapidez. Mas o encontro virtual não tem abraço, não tem cheiro, não tem beijo, não tem aquele olhar compreensivo quando você está mal, não tem o som da gargalhada ao vivo. O silêncio entre as falas é vazio, enquanto no presencial tudo tem muito mais significado.
Existe limite para uso das redes? Como elas podem atrapalhar as pessoas?
É saudável que para tudo se haja um limite. Que tudo tenha um equilíbrio, pois o excesso em algo sempre acarretará falta em outro aspecto. A primeira coisa a ser prejudicada é a percepção do tempo. As pessoas perdem a noção de quanto tempo estão diante da telinha, enquanto isso, toda sua vida fica em espera: a família, as tarefas de casa, o estudo, o sono e todo o restante que não estará recebendo atenção enquanto a atenção é primordialmente direcionada para as redes sociais. Os relacionamentos são os primeiros a sofrer com o distanciamento, com a falta de conversa e de estar junto. Outra sensação é de que se tem muita coisa para fazer e o tempo não é suficiente porque, provavelmente, se está desperdiçando tempo demais online.
Quais problemas que a superexposição nas redes podem causar?
Desde pessoas opinando sobre sua vida, cobrando posicionamentos e atitudes até coisas mais graves como planejar um assalto, sequestro, invasão a domicílio. Dependendo da exposição que a pessoa faz, você pode saber tudo sobre a vida dela: rotina, horários, endereço... O que fazer com essas informações vai depender da intensão de cada um.
Abandonar todas as redes é uma saída para quem não gosta desse tipo de contato?
Sim, absolutamente, se alguém não gosta desse tipo de contato, porque mantê-lo? As redes sociais são formas de interação, ninguém é obrigado a aderir a isso. Se não quiser abandonar todas, pode abandonar algumas, ou reduzir o tempo de uso. As pessoas deveriam ficar confortáveis para fazer o uso que acharem mais adequado para si. Respeitar a si próprias em primeiro lugar.
Como fazer para diminuir o acesso?
Uma das primeiras providências pode ser desabilitar as notificações dos aplicativos, isso reduz o sentido de urgência na verificação das mensagens. Pode-se também restringir o horário de conexão, usar apenas em alguns intervalos como almoço, final do expediente, trajeto pra casa ou um tempinho (30 minutos) após o jantar, por exemplo.
E quem precisa estar minimamente conectado?
Se existe essa necessidade é necessário avaliar que necessidade é essa e como atender satisfatoriamente sem se sobrecarregar. Pode restringir o número de pessoas que fazem parte dessa rede, utilizar bloqueios de segurança na conta e no perfil, acessar uma vez ao dia para verificar a necessidade do dia.
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Redação iBahia
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