Com a pandemia da covid-19, muita gente passou a ficar mais em casa e se alimentar melhor. Como a obesidade é apontada como um fator agravante da doença, a busca pelo emagrecimento se tornou ainda mais forte. Mas cuidado: o caminho mais rápido não costuma funcionar a longo prazo. A PhD em nutrição e doutora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Sophie Deram, explica como é possível emagrecer de forma saudável e sem neura.
Um estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, aponta que o risco de intubação é bem mais alto em pacientes obesos, cerca de 108% quando comparado a uma pessoa com o peso ideal. Neste cenário, emagrecer é uma opção saudável, mas que deve ser feita com cautela e, se possível, com um acompanhamento profissional. Porém, é comum ver pessoas repetirem os mesmos erros.
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Segundo Sophie, um grande equívoco é confiar nas dietas restritivas. "As pessoas buscam dietas ‘milagrosas’, acreditando que isso fará bem à saúde, mas não é bem assim. Dietas restritivas causam estresse e, neste momento que estamos vivendo, afetam ainda mais a saúde mental”, explica.
A doutora é contra dietas radicais, nas quais existem uma diminuição drástica da quantidade e dos tipos de alimentos. Na visão dela, essas dietas na verdade funcionam como armadilha: despertam um desejo ainda maior pela comida “proibida”.
Esse grande desejo gerado pelas restrições também pode desencadear casos de distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia.
De acordo com a nutricionista, além das dietas restritivas, outras fatores podem se tornar vilões do emagrecimento.
- Ansiedade
Neste momento de pandemia, ela se apresenta como rival da perda de peso. O tédio e a ansiedade podem fazer com que as pessoas comam mais do que necessitam, e isso gera um ciclo vicioso de dietas restritivas.
"Nos momentos de maior ansiedade, é importante olhar para si mesmo, analisar a origem da fome e tentar descobrir se ela é mesmo real ou emocional. Sentir-se ansioso em geral faz com que as pessoas comam mais, e de forma pouco consciente", alerta Sophie.
- Alimentos x imunidade
Uma Outra tendência do isolamento social é a busca por "superalimentos", que supostamente aumentariam a imunidade e ajudariam a prevenir a contaminação pela covid-19. Mas será que existe mesmo um alimento com essa capacidade?
Para Sophie, a resposta é não. "Não existe fórmula mágica, infelizmente. Nenhum alimento é capaz de aumentar a nossa imunidade ‘do dia para a noite’, e esse tipo de conceito não tem embasamento científico e é irresponsável", afirma.
Ela explica que existem muitos mitos em relação ao uso das vitaminas e que a superdosagem é tão prejudicial quanto a insuficiência. Por isso, sempre é importante procurar o médico antes de começar a fazer o uso de qualquer medicamento.
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Redação iBahia
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