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SAÚDE

Dez minutos de exercícios são eficaz para o cérebro, diz estudo

Pesquisa mostra que mesmo uma caminhada lenta faz com que neurônios ligados à aprendizagem tenham função aprimorada

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Redação iBahia

31/10/2018 às 20:30 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:12 - há XX semanas
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Dez minutos de exercícios leves — mesmo! — são capazes de alterar imediatamente o modo como certas partes do cérebro se comunicam e se coordenam entre si para melhorar a memória, afirma um novo estudo neurológico. Os dados da pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, e da Universidade de Tsukuba, no Japão, mostram que o exercício não precisa ser prolongado ou intenso para beneficiar o cérebro. E mais: os efeitos podem começar muito mais rapidamente do que pensamos.
Foto: Divulgação
As pessoas que se exercitam regularmente tendem a ter um hipocampo maior e mais saudável do que aquelas que não o fazem, especialmente à medida que envelhecem. É isso o que a maioria dos estudos envolvendo atividade física comprovam. No entanto, esses estudos geralmente envolvem exercícios moderados ou vigorosos, como correr ou caminhar rapidamente.
A novidade dessa pesquisa, publicada na edição do último mês da revista internacional PNAS, é fornecer evidências de que uma atividade física que quase não acelera o coração já traz benefícios ao cérebro.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores recorreram a um grupo de 36 jovens universitários saudáveis — que tenderiam a já ter um cérebro que funcione bem — e pediram que eles pedalassem por dez minutos em uma bicicleta ergométrica. Mas eles tinham que pedalar de modo bem lento. O exercício foi tão leve que aumentou a frequência cardíaca máxima de cada voluntário em somente cerca 30%. Para efeito de comparação, uma caminhada rápida deve aumentar a frequência cardíaca máxima em cerca de 50%.
O exercício, logo, tem um nível extremamente fácil. Também foi muito curto: não mais do que dez minutos.
Imediatamente após cada sessão de pedalada lenta, os alunos completavam um teste de memória computadorizado, durante o qual eles viam uma breve imagem de, por exemplo, uma árvore, seguida por uma variedade de outras imagens e então uma nova imagem da mesma árvore. Eles tinham que pressionar botões para mostrar se achavam que cada imagem era nova ou igual a uma foto anterior.
O teste é considerado difícil, pois muitas das imagens se assemelham umas às outras. Requer um rápido e hábil embaralhamento nas memórias recentes para decidir se uma imagem é nova ou já conhecida.
Esse teste de memória acontecia dentro de uma máquina de ressonância magnética que examinava os cérebros dos jovens enquanto eles respondiam às imagens. E um teste exatamente do mesmo tipo, mas com outras imagens, havia sido realizado antes de qualquer atividade física.
Ao comparar os resultados da forma como os cérebros dos estudantes funcionaram em cada momento, os cientistas constataram que, depois do exercício, os jovens ficaram melhores em lembrar imagens.
E mais inesperado: seus cérebros também funcionaram de maneira diferente depois de terem pedalado. Os exames de ressonância magnética mostraram que partes do hipocampo de cada aluno se iluminavam de maneira sincronizada com partes do cérebro associadas à aprendizagem, indicando que essas partes fisicamente separadas dentro do cérebro estavam mais conectadas agora do que quando os alunos não se exercitaram.
E quanto maior a coordenação entre as partes díspares do cérebro, melhor o desempenho dos alunos no teste de memória.
— Foi emocionante ver esses efeitos ocorrendo tão rapidamente e depois de um exercício tão leve — disse, em entrevista ao "New York Times" o pesquisador Michael Yassa, diretor do Centro de Neurobiologia da Aprendizagem e da Memória da Universidade da Califórnia em Irvine e um dos autores principais do estudo.

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