Trazendo de cólicas ao medo de vazamentos, a menstruação é uma das visitas mais indesejadas pelas mulheres. Falar dela, aliás, ainda é um tabu. O constrangimento para comprar absorventes ou trocá-los em banheiros públicos é um incômodo velado; a norma é negar a existência do sangue sob qualquer circunstância — até mesmo para meninas que, eventualmente, também menstruarão. Por isso não é incomum, afinal, que o medo seja um sentimento comum diante da menarca (primeira menstruação). Para o Dr. Hugo Miyahara, ex-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, não deveria ser assim:
— A menstruação é um sangramento fisiológico perfeitamente normal — garante ele.
Para lidar com essa companheira mensal que frustra mais do que os planos de ir à praia ou piscina, contamos com absorventes externos ou internos, coletores menstruais e as recentes calcinhas absorventes. Dentre tantas opções, o ginecologista explica que a escolha da melhor varia de mulher para mulher:
— O critério pode ser o fluxo, a rotina ou a adaptação. Algumas mulheres enfrentam dificuldade de mexer na própria vagina, portanto preferem o absorvente externo. Já outras lidam muito bem com isso e utilizam sem medo de dor os tampões e coletores. Tem ainda quem opte por interromper o fluxo com o uso de anticoncepcionais.
Os clássicos absorventes externos, feitos de fibras altamente compensadas, são os mais práticos de colocar e descartar. Contudo, podem alterar o Ph da vagina — naturalmente ácido — caso sejam usados além do tempo necessário.
— Muitos não sabem, mas depois da axila a parte do corpo que mais produz suor é a vulva. Com o absorvente abafando a região, esse suor entra em contato com a pele e resulta em irritações. Além disso, o calor também muda o Ph da região, causando os corrimentos. Nesses casos, não adianta passar apenas uma pomada receitada. O ideal é passar a usar calcinhas de algodão, evitando as de lycra e outros tecidos sintéticos nesse período — indica o médico com doutorado em ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Para as calcinhas absorventes, uma roupa íntima de quatro camadas que contém o fluxo sanguíneo, o cuidado não é muito diferente. O doutor a recomenda ainda para longos períodos sem troca, como em viagens.
Das quatro opções para conter a menstruação, o uso dos tampões inspira maior cuidado. Por ser feito de algodão altamente compactado, Miyahira aconselha que seu uso seja somente para quem sofre de fluxos intensos:
— Quando você coloca o tampão na vagina e a menstruação não é tão forte, ela acaba sugando a umidade natural dela. Por isso, o atrito de um OB, por exemplo, pode resultar em microulcerações da parede vaginal. E é a partir delas que surgem as infecções.
Neste sentido, os coletores menstruais — cujo material pode ser de plástico ou silicone — são mais seguros. Ainda assim, a mulher que quer usá-lo deve procurar um especialista para a adaptação:
— A posição do útero pode facilitar ou dificultar a posição do coletor — explica o médico.
Ele reitera ainda que a intensificação das cólicas não está relacionada ao uso dos copinhos. Estes, inclusive, variam entre os tamanhos pequenos, médios e grandes. Antes comercilaizados apenas na internet, agora são vendidos nas farmácias nas versões descartáveis ou reutilizáveis a partir de R$ 40.
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Redação iBahia
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