Quando o assunto é alimentação, sabemos que os temperos dão um "sabor a mais" em nossas comidas também podem apresentar propriedades terapêuticas. A cúrcuma e o açafrão, além do aroma, cor e sabor, são bastante nutritivos. Você conhece a diferença entre eles?
O que são?
São duas plantas distintas, mas com cores bastante parecidas e, propriedades medicinais semelhantes. A cúrcuma (curcuma longa) é conhecida também como açafrão-da-terra, possui um rizoma subterrâneo e é da mesma família do gengibre. Já o açafrão é proveniente dos estigmas de flores da planta crocus sativus.
Muitos estudos indicam que as propriedades encontradas no açafrão são atribuídas em especial aos carotenoides - crocina e safranal -, com propriedades antioxidantes e coletores seletivos de radicais livres. “O açafrão vem mostrando efeitos positivos em aplicações ainda mais abrangentes, incluindo antidepressivas e anticonvulsivantes, analgésicas, anticâncer e outros efeitos terapêuticos em diferentes partes do corpo, como cardiovascular, imunológico, visual, respiratório, geniturinário, sistema nervoso central e para desordens digestivas”, explica a médica Drª. Elisa Urban.
Benefícios
Na área da saúde, a curcumina, com seu tom amarelo-ouro vibrante, atua como um anticancerígeno, ajuda a reverter a resistência à insulina, a equilibrar o nível de colesterol ao reduzir o colesterol de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos. Ainda, age também como um coletor seletivo de radicais livres (prevenindo assim o dano oxidativo do DNA), reduz a inflamação sistêmica por regular marcadores inflamatórios e também melhora os sintomas de artrite.
Nas últimas décadas, pesquisadores vêm descobrindo que a depressão maior está associada com uma inflamação crônica, estresse oxidativo e danos microscópicos no nível neural. Devido ao efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes da cúrcuma e do açafrão, ambos demonstram proteger contra uma série de condições degenerativas.
Como aproveitar mais a cúrcuma
Para que a cúrcuma leve benefícios medicinais, através da curcumina, a forma e a concentração são essenciais. Tradicionalmente, na culinária, quando comprada em mercados e feiras a especiaria em pó, o rizoma da planta se encontra seco e moído. O sabor é um pouco amargo, sendo muito usado em pós de curry, mostardas, manteigas e corantes. Nesses casos, a curcumina representa apenas aproximadamente 3% da concentração – quantidade não suficiente para benefícios significativos.
Já é possível encontrar o extrato de cúrcuma padronizado com 95% de concentração. A procedência e padronização do extrato são fundamentais, pois qualidade tem custo e características bem definidas.
“A biodisponibilidade da curcumina é muito baixa por ser rapidamente metabolizada e eliminada pelo fígado, por isso, sua associação à piperina, um composto natural encontrado na pimenta-preta, ajuda na absorção. Boas fontes de gorduras como a do coco, também potencializam a absorção, uma vez que a cúrcuma é uma substância lipofílica, ou seja, é melhor absorvida em um meio gorduroso”, esclarece a médica.
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Redação iBahia
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