Um grupo de cientistas propôs, nesta quinta-feira, um projeto ambicioso para criar um genoma humano sintético, que tornaria possível a criação de seres humanos sem a necessidade de pais biológicos. Esta possibilidade levanta polêmica sobre o quanto a vida humana pode ou deve ser manipulada.
O projeto, que surgiu em uma reunião de cientistas da Universidade Harvard, nos EUA, no mês passado, tem como objetivo desenvolver e testar o genoma sintético em células dentro de laboratório ao longo de dez anos. O genoma sintético humano envolve a utilização de produtos químicos para criar o DNA presente nos cromossomas humanos. A meta foi relatada na revista "Science" pelos 25 especialistas envolvidos.
Os cientistas propuseram lançar, ainda este ano, o que chamaram de Projeto de Escrita do Genoma Humano e afirmaram que iriam envolver o público nessa discussão, que incluiria questões éticas, legais e sociais.
Os especialistas esperam arrecadar US$ 100 milhões — o equivalente a R$ 361 milhões — em financiamento público e privado para lançar o projeto este ano. No entanto, eles consideram que os custos totais serão inferiores aos US$ 3 milhões utilizados no Projeto do Genoma Humano original, que mapeou pela primeira vez o DNA humano.
O novo projecto "incluirá a engenharia completa do genoma de linhas de células humanas e de outros organismos importantes para a agricultura e saúde pública, ou aqueles que interpretar as funções biológicas humanas", escreveram na "Science" os 25 cientistas, liderados pelo geneticista Jef Boeke, do Centro Médico Langone, da Universidade de Nova York.
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Redação iBahia
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