Um estudo inédito realizado no Brasil pelo Observatório Nacional de Onicomise mostrou que, no país, há uma alta prevalência das micoses de unha. A maior incidência das chamadas onicomicose acomete as mulheres (70,4%) em relação aos homens (29,6%).
A relação com a imunidade também foi avaliada no estudo: 41% dos pacientes apresentavam doenças concomitantes (hipertensão, doença vascular periférica e diabetes) que podem interferir na resposta imunológica do organismo ou no tratamento.
De acordo com o estudo ainda, mulheres, maiores de 45 anos, praticantes de esportes ou com histórico pessoal da doença, apresentaram maior chance de adquiri-la. O estudo também apontou que a micose tem maior ocorrência nas unhas dos pés, especialmente no dedo hálux (dedão).Outro fator apontado como facilitador para o desenvolvimento de micoses é o trauma repetitivo das unhas durante a prática esportiva: 31% dos pacientes avaliados que praticavam esportes regularmente apresentavam a doença.
PrevençãoPara evitar que as micoses de unha terminem sendo a porta de entrada para outras infecções, a saída é apostar em prevenção. Segundo a micologista do laboratório Sabin Maria das Graças Santana Araújo, o primeiro passo é reduzir a umidade, por isso mesmo, o ideal é fugir de sapatos apertados e reduzir o uso desse calçado, dando preferências às sandálias abertas. “Se o uso do sapato for inevitável, vale a pena fazer uso alternado deles, então se usar um calçado hoje, vale a pena deixá-los tomando sol nos dois seguintes e só fazer novo uso deles no terceiro dia”, esclarece a especialista.
A limpeza também é importante para evitar que a unha seja acometida por fungos. Assim, a orientação é lavar bem os pés durante o banho, não esquecer de secar muito bem a unha e as regiões de pele entre os dedos. Ela diz ainda que o ideal seria secar a unha dos pés com um secador. “Os sapatos também precisam ser higienizados para garantir que os fungos não se proliferem”, pontua a médica Camila Cazerta.
TratamentoA dermatologista Camila Cazerta pontua que ao perceber qualquer alteração na cor das unhas, coloração esbranquiçada ou massinhas por baixo das unhas é preciso buscar um especialista para realizar uma avaliação dermatalógica e iniciar o tratamento.
O momento de procurar manicure e pedicure também precisa ser acompanhado de cuidados, daí a necessidade de usar o próprio equipamento, evitando o uso compartilhado de material. O cuidado vale até para as lixas. “Eventualmente, é interessante esquecer o esmalte e deixar que a unha respire livremente”, aconselha a dermatologista. Com uma postura parecida, a micologista Maria das Graças diz que o ideal seria que as pessoas não removessem as cutículas. “Sem as cutículas, as unhas ficam ainda mais sensíveis às lesões”, completa.
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