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SAÚDE

Antibiótico comum pode prevenir ou tratar estresse pós-traumático

Doxiciclina apresentou propriedades importantes em testes com 76 pessoas

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Redação iBahia

04/04/2017 às 21:27 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:50 - há XX semanas
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Um antibiótico comum, chamado doxiciclina, pode interromper a formação de pensamentos negativos e medos no cérebro, além de revelar-se útil no tratamento ou prevenção do estresse pós-traumático (PTSD), de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira por cientistas britânicos e suíços.
No estudo, 76 voluntários saudáveis receberam a droga ou uma pílula placebo. Aqueles que usaram a doxiciclina tiveram uma resposta ao medo 60% menor do que o outro grupo.
Os pesquisadores disseram que o antibiótico funciona porque bloqueia algumas proteínas na parte externa das células nervosas, chamadas enzimas da matriz — componentes necessários para a formação de memórias.
— Nós demonstramos uma prova de conceito [termo da ciência que indica a eficácia de um método ainda incompleto] para uma estratégia de tratamento inteiramente nova para o estresse pós-traumático — comemora Dominik Bach, das universidades College London e Zurique, coautor do estudo.
No experimento, voluntários dos dois grupos — aqueles que ingeriram a doxiciclina e placebo — foram colocados em frente a um computador. A tela piscava cores azuis ou vermelhas, e uma destas cores era associada a uma chance de 50% de levar a choques elétricos. Depois de 160 flashes em ordem aleatória, os participantes aprenderam a associar a cor "ruim" com o choque.
Uma semana depois, sem medicações, os voluntários repetiram o experimento. Desta vez, não havia choques elétricos, mas um som alto era tocado a cada vez que alguma das cores era mostrada.
As respostas ao medo foram medidas com o monitoramento do piscar dos olhos, uma vez que esta é uma reação instintiva a ameaças repentinas. A memória de medo foi calculada com a subtração da resposta básica — medida a partir da reação ao som da cor "boa" — da resposta à cor "ruim".
MEMÓRIAS TRAUMÁTICAS
Enquanto a resposta ao medo foi 60% menor entre aqueles que ingeriram a doxiciclina na primeira sessão, os pesquisadores descobriram que outras medidas cognitivas — como memória sensorial e atenção — não foram afetadas.
— Quando falamos em reduzir a memória de medo, não estamos falando de deletar uma memória de algo que realmente aconteceu. Os participantes podem não esquecer que eles receberam um choque quando a tela estava vermelha, mas eles "esquecem" de ficar institivamente amedrontados quando veem uma tela vermelha depois — explica Bach.
O estresse pós-traumático é causado por uma memória de medo que tende a reagir com exagero, e inclui uma ampla gama de sintomas psicológicos que podem surgir após uma pessoa passar por um evento traumático.
Bach afirmou que o próximo passo da pesquisa será testar mais propriedades da doxiciclina.

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