O deputado estadual Binho Galinha é alvo da Operação ‘El Patron’, deflagrada na manhã desta quinta-feira (7), na Bahia. Binho Galinha é apontado como líder de grupo miliciano que atua na região de Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, acusado por crimes de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada.
Quem é Binho Galinha?
Deputado estadual pela Bahia, Kleber Cristian Escolano de Almeida, de nome parlamentar Binho Galinha, tem 46 anos e se intitula empresário. Nascido na cidade de Milagres, construiu a vida política em Feira de Santana, um dos seus principais redutos eleitorais. Foi em Feira, inclusive, que ganhou o apelido Binho Galinha, inspirado no fato de ele trabalhar em um abatedouro entregando galinhas.
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Eleito em 2022, Binho Galinha é filiado ao Patriota e exerce seu primeiro mandato eletivo. Nunca tinha se candidatado antes. Recebeu votos em 306 dos 417 municípios baianos. Na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), é vice-líder do Bloco Parlamentar MDB/PSB/Patriota/PSC/Avante.
Antes de ingressar na vida política, o deputado também trabalhou como carroceiro e pintor.
Operação 'El Patron'
Na operação, deflagrada em conjunto pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Polícia Federal, Receita Federal e pela Força Correicional Integrada da Secretaria de Segurança Pública (Force/Coger/SSP), seis pessoas foram presas preventivamente e cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, incluindo a casa e fazendas do deputado. Foram apreendidos documentos, pasta de cocaína, armas e munições.
Além do deputado, mais 14 pessoas foram denunciadas pelo MP, entre elas policiais militares e uma das doadoras de campanha do então candidato em 2022, Mayana Cerqueira da Silva. De acordo com a plataforma DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral, Mayna fez doação de R$ 2.800. Ela está entre os seis presos na operação.
A investigação revelou que a organização criminosa realizou, em uma década, movimentações bancárias superiores a R$ 100 milhões. O montante teria sido transferido diretamente, ao logo do tempo, pelos investigados e por empresas constituídas com o intuito de garantir aparência de licitude aos recursos movimentados, segundo a PF.
O MP autorizou o bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 40 imóveis urbanos e rurais, sendo dez fazendas, nove casas, quatro terrenos, dois apartamentos e uma sala comercial, quatorze veículos, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. O órgão também solicitou à Justiça que determine o pagamento de multa superior a R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
O deputado Binho Galinha não está entre os presos na operação. Ele possui foro privilegiado, uma prerrogativa do cargo de deputado que submete à Casa legislativa a apreciação de pedidos do tipo que tenham como alvo os parlamentares.
A reportagem fez contato com a assessoria do deputado, mas não obteve resposta. À TV Subaé, a assessoria do deputado informou que “está tomando conhecimento do caso e brevemente emitirá um comunicado”.
Através de nota, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) disse que "não foi informada, muito menos citada, a respeito da operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (07/12). As investigações estritamente ocorrem no âmbito policial. Caso a Alba seja notificada ou instada a se pronunciar, o fará de pronto. o regimento interno da casa não prevê nenhum tipo de sanção a parlamentares durante o transcorrer de investigações".
Mari Leal
Mari Leal
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