A mãe de um menino de 9 anos acredita que seu filho se enforcou no quintal de casa, em Recife, na última quarta-feira, por influência de desafios de asfixia que circulam na internet. Os pais da criança e duas vizinhas foram ouvidos no Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) da capital pernambucana nesta terça-feira. A Polícia Civil não descarta a hipótese apresentada pela família e informou que espera resultados de laudos.
De acordo com a delegada Thaís Galba, responsável pelo caso, a mãe reclamou que o filho mal dormiu na noite do dia 14 porque usou muito o celular. Por isso, na manhã do dia seguinte, retirou o aparelho dele e disse que só lhe devolveria no fim de semana. No entanto, naquela noite, o menino se enforcou no quintal. Ele morreu na última quinta-feira.
— Em depoimento, o que a mãe me contou foi que ele tinha um celular e usava a internet, mas não percebeu nada de extraordinário no conteúdo acessado por ele. Ela comentou que uma sobrinha dela, que é estudante de Medicina, contou que rolava na internet desafios de asfixia. A mãe então lembrou que Artur mostrou para ela a boneca Momo e disse "Olha, mãe, que boneca feia". Eu não tenho essa prova ainda (de que o menino se enforcou por influência de um desafio online). O celular da criança foi enviado ao Instituto de Criminalística e nós por enquanto não descartamos nenhuma hipótese — disse Galba.
Momo é o termo pelo qual ficou conhecida uma obra de arte japonesa que mistura a imagem de uma mulher com um pássaro. Um caso semelhante deixou em alerta pais de crianças e adolescentes na Argentina no final de julho, quando a polícia local iniciou uma investigação sobre o suicídio de uma menina de 12 anos que recebia ameaças pelo WhatsApp de um contato identificado como Momo.
Os pais e as duas vizinhas ouvidas na delegacia nesta terça-feira contaram que o menino era alegre, simpático, educado e não apresentava sintomas de rebeldida ou transtornos psicológicos. Não foi informado, contudo, quando a criança começou a utilizar o aparelho celular. Segundo a mãe, com quem o menino morava, ele não possuía perfis em redes sociais.
— Perguntamos se era uma criança triste, se tinha demonstrado sintomas de depressão, mas nenhum relato indicava isso — afirmou a delegada.
Para ter uma visão melhor dos fatos e poder avançar com a investigação, Galba disse que ainda precisa ouvir mais pessoas próximas à família do menino e analisar os resultados da perícia do Instituto de Criminalística sobre o celular dele e do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da sua morte.
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Redação iBahia
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