As mulheres ultrapassaram os homens na criação de novas empresas, mas ainda estão em parcela menor da população quando se trata de negócios estabelecidos há mais tempo e têm faturamento menor. A chamada taxa de empreendedorismo entre as mulheres — parcela frente ao total da população adulta, entre 18 e 64 anos — é de 15,4% para os novos empreendimentos, com menos de 3,5 anos de existência, enquanto para os homens é de 12,6%.
Entre os negócios mais antigos, com mais de 3,5 anos, a taxa feminina é menor, de 14,3%, frente a 19,6% dos homens. Os dados são da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no país pelo Sebrae, em parceria com Instituto Brasileiro Qualidade e Produtividade (IBQP), Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Outro aspecto que mostra a ainda desigualdade entre homens e mulheres é a renda. Quase três quartos (73,4%) das mulheres empreendedoras ganha até três salários mínimos, enquanto entre os homens essa parcela é menor: 59,3%. Três quartos das mulheres (72%) também opera negócios com faturamento até R$ 24 mil por ano (ou R$ 2 mil por mês), enquanto entre homens a fatia é menor, de 53%. Elas também empregam menos que os homens: 85% das empreendedoras não tem nenhum empregado atualmente, contra 66% dos homens.
“Portanto, as empreendedoras trabalham com menos empregados, faturamento mais modesto e expectativas mais modestas de criação de novos empregos. Em parte, este perfil mais modesto se deve à forte presença de mulheres que trabalham por conta própria, no grupo das mulheres empreendedoras”, aponta o documento.
Mais necessidade que oportunidade
A necessidade é apontada de forma mais frequente como a principal razão para a abertura de empresas entre as mulheres que entre homens. Entre as novas empresárias, 48% delas o fazem porque precisam, enquanto entre homens esse percentual é de 37%. Na avaliação do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, “esse movimento de entrada de mulheres na atividade empreendedora pode ser explicado pela necessidade delas complementarem a renda familiar”.
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Redação iBahia
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