Há 28 anos, no dia 2 de março de 1996, o Brasil parou para acompanhar enlutado um trágico acidente que tirou a vida de Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio, os integrantes do Mamonas Assassinas, além de outros quatro que estava, no avião que se chocou contra a Serra da Cantareira, em São Paulo.
Além dos integrantes da banda que estourou em todo o país com apenas um disco, estavam o segurança Sérgio Aturnino, o roadie Isaac Souto, o piloto Jorge Luís Martini e copiloto Alberto Yoshiumi Takeda, todos morreram na hora.
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No momento do acidente aéreo, todos estavam voltando de um show em Brasília e iriam passar a noite com familiares antes de começar uma turnê internacional, em Portugal, um passo que comprovava o sucesso do grupo.
O sucesso do Mamonas Assassinas pode ser explicado pelo carisma dos integrantes, misturado ao rock despojado, estilo próprio e muito humor e irreverência. A fórmula garantiu hits na boca do povo e quase 2 milhões de cópias vendidas no disco de estreia, com apenas sete meses de existência da banda.
O acidente do Mamonas Assassinas
O acidente aconteceu no mesmo dia em que esta matéria está publicada, em um sábado, e rapidamente, no domingo (3), posterior à tragédia, todas as emissoras de TV entraram com homenagens aos músicos e profissionais que morreram.
O “Fantástico” daquela data foi marcado por crianças cantando no final de cada bloco, em homenagem aos meninos. Dias depois foram exibidas imagens inéditas da banda onde um dos músicos, Júlio, revelou ter sonhado com um avião caindo.
Em abril, foi relatado pelo Departamento de aviação Civil que o acidente aéreo ocorreu por uma manobra arriscada feita pelo piloto em conjunto com desrespeito com normas de segurança da aviação por parte da companhia de táxi aéreo.
O enterro do grupo aconteceu no dia 4 de março de 1996, no Cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, também São Paulo. A cerimônia foi acompanhada por mais de 65 mil fãs e transmitida em TV Aberta.
Homenagem nos cinemas
Em 2023, o Mamonas Assassinas foi para as telonas pela primeira vez como um filme que mostrou a trajetória dos músicos em busca do sucesso e fama.
A pré-estreia do longa aconteceu em Salvador, em dezembro, por conta da naturalidade do vocalista Dinho, que nasceu na Bahia, em Irecê. Um dos últimos shows do grupo aconteceu por aqui, em 23 dezembro de 1995, menos de três meses antes da tragédia.
Em entrevista ao iBahia, o ator Ruy Brissac falou sobre viver o vocalista da banda nos cinemas, já que ele já tinha vivido o Dinho em um musical sobre o grupo que rodou o Brasil.
"Eu passei na audição, a gente ficou dois anos em cartaz, levando aí a irreverência dos Mamonas para o Brasil todo...E aí, eu recebi um convite para fazer um teste de VT para fazer parte do filme, lá em 2016. Passei no teste de VT, só que em 2016 parou o projeto. Mas, eu sempre acreditando: 'esse papel é meu.' Passaram aí seis anos mais ou menos e aí recebi a ligação de que iria retomar as gravações esse ano e começou em janeiro de 2023. Foi sensacional assim, porque esse papel era para mim", disse ele ao iBahia.
Mãe de Dinho esteve nas gravações
Ruy também falou sobre a importância de Célia Alves, mãe do cantor Dinho, ter acompanhado de perto as gravações do filme, além de ajudar a compor o personagem.
[Foi] muito importante, é essencial a família estar junto, por estamos criando personagens que existem. A mãe do Dinho sempre me falou coisas, ela chegava no set e dizia 'o Dinho me chamava de mãe, me chamava de mainha', toda carinhosa", iniciou.
"Ela [dizia] 'é tão bom estar perto de você', então a gente se tornou muito amigo assim além de tudo, a Grace, irmã do Dinho, me chama de irmão postiço, então a gente tem uma proximidade muito bacana assim", completou Ruy.
Mamonas Assassinas fez show em Salvador
Apesar do pouco tempo de estrada, a banda Mamonas Assassinas chegou a fazer uma apresentação na capital baiana no dia 23 de dezembro de 1995, menos de três meses antes do acidente fatal.
O show aconteceu no Clube Espanhol e reuniu cerca de 20 mil pessoas que queriam acompanhar o grupo do momento em Salvador. Uma curiosidade era a presença de crianças e adolescentes que chegaram a se tornar o principal consumidor das músicas por conta das danças malucas e roupas de heróis.
Na apresentação dos músicos de "Vira Vira", ainda aconteceram shows de Ricardo Chaves e do grupo Gera Samba, antes mesmo de se transformar em É O Tchan, com Carla Perez e Débora Brasil.
Lucas Mascarenhas
Lucas Mascarenhas
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