Avó luta por guarda de neta após morte da filha em Salvador

Após meses de luta judicial, avó consegue visitar a neta, entregue para a doção, no Natal. Encontro aconteceu nesta segunda-feira (25), em Salvador, depois que Marinalva Araújo conseguiu liberação para fazer visitas a neta. Ela aproveitou a oportunidade para apresentar o bebê ao irmão de 11 anos, que nunca tinha visto a irmã.

Nascida em 4 de outubro, a pequena Cecília é filha da Jaqueline, que morreu aos 29 anos por complicações da dengue e da zika. A partida precoce da jovem foi um grande choque para a família, mas descobrir que Jaqueline tinha dado Cecília para adoção foi ainda mais surpreendente.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Leia também:

Jaqueline manteve a gestação em segredo e também a ida a Defensoria Pública, onde entrou com o pedido de entrega para adoção. Ela estava internada do Hospital Roberto Santos enquanto passava pela gestação.

"Ela nos procurou ainda em vida e gestante e colocou essa criança, tem registro disso e audiência gravada, para fazer a entrega voluntária para essa criança", conta a defensora pública, Juliana Andrade Pereira Machado, em entrevista a TV Bahia.

Em 4 de outubro, Jaqueline apresentou uma piora em seu estado de saúde e a menina nasceu prematura. Desde a descoberta da neta, Marinalva tenta conseguir a guarda da criança e poder criá-la.

No dia 30 de outubro, Jaqueline morreu e Marinalva só conseguiu ter a neta nos braços quando o bebê dois meses.

"Senti que estava abraçando minha filha. Eu senti que estava abraçando Jaque, porque ela era uma pessoa tão maravilhosa. Ela não era só uma filha, era uma mãe, uma parceira, uma amiga, uma companheira", se emociona a mãe de Jaqueline, que pontua que a filha planejava melhorar para cuidar da criança.

Segundo o advogado da família, as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente determinam que a avó tem prioridade para conseguir a guarda da neta.

"[Ainda que] a mãe manifestou o interesse de entregar a criança para a adoção, em nenhum momento a família perde o direito [à guarda] devido a isso. A família tinha que ser contatada desde o início", pontua o profissional.

Conforme a Defensoria Pública, o procedimento para que a guarda de Cecília fique com a avó já foi iniciado.

"No presente momento, Dona Marivalda tem direito de luta e pode visitar Cecília. O procedimento da juíza da Vara da Juventude que está cuidando do caso é, justamente devido ao pedido da mãe para entrega para adoção, avaliar as condições dessa família para emitir a decisão", afirma Juliana. Ainda não há data para a divulgação da decisão.

AUTOR