O escândalo em que o Facebook se envolveu por causa do vazamento de dados de seus usuários para a empresa Oxford Analytica pode ser maior que o conhecido anteriormente. O jornal americano “New York Times” publicou reportagem nesta segunda-feira informando que a rede social fez acordos com fabricantes de celular e outros dispositivos — como Apple, Amazon, BlackBerry, Microsoft e Samsung — para o compartilhamento de dados de usuários e de seus amigos na última década, segundo informações de funcionários do Facebook.
Os acordos permitiram uma expansão do alcance do Facebook e que fabricantes oferecessem facilidades como botões de “curtidas” e catálogos de endereços. Segundo o “NYT”, esses contratos permitiam que as empresas tivessem acesso a informações de usuários mesmo sem a autorização explícita e mesmo depois de afirmar que não dividiria esse tipo de dado com pessoas de fora da rede social.
O “New York Times” afirma que a maior parte dos acordos continua válida, apesar de o Facebook ter começado a interromper alguns deles em abril.
“Você pode pensar que o Facebook ou os fabricantes de dispositivos são confiáveis. Mas o problema é que mais e mais dados são coletados nos dispositivos. E se pode ser acessado por aplicativos cria riscos sérios de privacidade e segurança”, afirmou, ao “New York Times”, Serge Egelman, pesquisador da University da California, em Berkeley.
Depoimentos de funcionários do Facebook ao "New York Times" deixaram claro que os fabricantes de celular e outros dispositivos são considerados como extensões da rede social. Eles alegam que os contratos preveem uso limitado dos dados, inclusive sobre aqueles que ficam armazenados nos servidores dos parceiros. Além disso, argumentam que não há casos de uso inadequado dos dados.
"Essas parcerias trabalham de uma forma muito diferente da maneira como os desenvolvedores de aplicativos usam nossa plataforma. Ao contrário dos desenvolvedores que oferecem jogos e serviços aos usuários do Facebook, nossos parceiros fabricantes de dispositivos só podem usar os dados do Facebook para promover versões da 'experiência do Facebook'", disse Ime Archibong, um vice-presidente do Facebook.
Status de relacionamento, religião, direcionamento político e próximos eventos estão entre alguns dados que os fabricantes de celular podem ter acesso. Testes feitos pelo "New York Times" mostraram que esses parceiros requisitavam e recebiam os dados da mesma forma que outras partes.
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Redação iBahia
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