O influenciador digital Darley Felipe, de 29 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (20), em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador. Segundo o g1, o criador de conteúdo costuma ostentar fotos de viagens nacionais e internacionais para mais de 170 mil seguidores nas redes sociais.

Além de Darley Felipe, ao menos outros três influenciadores digitais foram presos em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. Segundo a Polícia Civil (PC) informou ao g1, os quatro são suspeitos de estelionato, exploração ilegal de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
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Darley Felipe foi encontrado na casa que mora, no bairro Papagaio. Ele foi levado para o Complexo da Polícia Civil de Feira de Santana, onde prestou depoimento e está à disposição da Justiça. O g1 tentou contato com a defesa dele, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Segundo o delegado Giovani Moraes, que está à frente investigação do caso, a prisão de Darley Felipe foi pedida porque ele foi um dos responsáveis por indicar uma das principais suspeitas de Juazeiro do Norte.
O delegado disse ainda que a apuração apontou que o lucro divulgado por Darley e os outros suspeitos nas redes sociais é um comissionamento que os influenciadores recebiam baseado nas perdas das vítimas. "O usuário deposita, perde no jogo e o influenciador acaba sendo remunerado com uma parcela desse valor", explicou.

Vida de luxo nas redes sociais
Darley Felipe se identifica na web como enfermeiro e uma pessoa que faz conteúdos de viagens, estilo de vida, rotina e humor. Neste ano, o influenciador publicou fotos em camarotes do Carnaval de Salvador , em um cruzeiro em Búzios, no Rio de Janeiro, e em férias na cidade de Maragogi, em Alagoas.
Também postou fotos em destinos turísticos internacionais, como nos Emirados Árabes Unidos, França e Itália.

Entenda a operação
Conforme apuração da TV Verdes Mares, afiliada da TV Globo no Ceará, os alvos da operação são cooptados por criminosos chineses, que prometem grandes valores em dinheiro pela divulgação dos jogos de azar, como o jogo do tigrinho (Fortune Tiger).
O game é um caça-níquel para celulares e para jogá-lo é preciso entrar em uma casa de aposta (as chamadas “bets”) que o ofereça. No Brasil, a plataforma era ilegal até dezembro de 2023, porque jogos de caça-níquel eram proibidos. Os jogos em máquinas de caça-níquel em máquina seguem proibidos por lei, mas os jogos de caça-níquel para celular foram liberados pela lei 14.790 de dezembro de 2023.
Conforme o delegado Geovane Morais, os influenciadores usam uma conta "demo" programada para apresentar resultados vitoriosos no jogo de cassino. Os influenciadores usam esse perfil único para fingir que é possível ganhar dinheiro facilmente com as apostas.
No longo prazo, os jogadores sempre sairão perdendo. Isso acontece com todos os caça-níqueis, sejam eles de celular ou em cassinos de verdade. As promessas de influenciadores que aparecem na internet de ganho sustentável são falsas.
Era com o dinheiro que os influenciadores recebiam do grupo chinês que eles ostentavam a vida de luxo nas redes sociais. "E essa ostentação é de diversas maneiras. São viagens para o exterior, viagens para o Brasil, para destinos turísticos, frequentando restaurantes caros. É uma vida que a população média não tem acesso. E é uma forma também de iludir os seguidores, que ele vê naquele influenciador digital um sucesso", detalhou o delegado.

Redação iBahia
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