O prefeito de Salvador, Bruno Reis, anunciou que a modernização do Elevador Lacerda será iniciada na próxima semana. Ele falou sobre o assunto através de uma postagem nas redes sociais realizada na sexta (8), dia em que o ponto turístico completou 150 anos.
O dia exato do início das obras ainda não foi informado. Bruno Reis apenas escreveu: “Alerta Spoiler. Vamos iniciar a reforma completa na próxima semana, incluindo climatização”.
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A empresa Otis Brasil anunciou que foi selecionada para a modernização das 4 cabines, incluindo a implantação de portas automáticas, nova iluminação em LED, sistema de viva-voz, novos revestimentos e climatização.
O acordo, divulgado no Diário Oficial do Município, tem custo inicial de R$ 4.358.627,00. A justificativa para as intervenções é de resgatar características importantes da configuração inicial do equipamento. O que se sabe é que espaços como o da sorveteria A Cubana serão alterados. Há ainda a recuperação das varandas cobertas do Elevador.
Outra mudança de grande impacto é a criação de bilheterias mais próximas aos acessos, tanto na Cidade Baixa quanto na Cidade Alta, para reduzir a formação de longas filas nos horários de pico.
“A história da Otis com o Elevador Lacerda começou em 1930, quando instalamos os elevadores da segunda torre. Desde aquela época, as equipes da Otis também fizeram a manutenção dos equipamentos e mantiveram os passageiros se movimentando com segurança pelo local", conta Álvaro Netto, Diretor Geral da Otis no Brasil.
Funcionamento
Em 2023, o Elevador Lacerda ainda é considerado um meio de transporte na capital baiana. Ele funciona de segunda a sexta das 7h às 22h; e aos sábados, domingos e feriados das 7h às 19h. Em dias festivos, o horário é estendido. A tarifa custa R$0,15 por cada viagem e por ser adquirida antes do trajeto.
Cabe salientar que a cabine do elevador tem bom espaço para cadeirantes. No entanto, o acesso ao equipamento pode ser desafiador para pessoas com limitações de locomoção ou que façam uso de cadeiras de rodas.
História
O Elevador Lacerda foi criado para solucionar um problema existente de desnível na capital baiana. No início do século XVII, o uso de guindastes era a única solução para o transporte de cargas pela cidade. A população precisava se locomover usando longas escadarias e ladeiras íngremes, o que dificultava muito o dia a dia da população.
Desde então, além de ajudar os moradores como transporte, ele tornou-se um cartão postal e uma atração turística.
A estrutura foi idealizada pelo engenheiro Antônio de Lacerda e construído pelo irmão Augusto Frederico de Lacerda. A obra se iniciou em 1869 e foi concluída no dia 8 de dezembro de 1873. O financiamento do empreendimento foi feito pelo pai da dupla, chamado de Antônio Francisco de Lacerda. Na inauguração, o elevador tinha 63 metros de altura - o mais alto elevador urbano do mundo naquele ano.
O equipamento se chamava Elevador Hidráulico da Conceição - por conta da proximidade com a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Depois, ele passou a se chamar de Elevador do Parafuso. O apelido fazia referência à peça em espiral que impulsionava as duas cabines do elevador.
Somente em 1896 que o equipamento foi 'batizado' de Elevador Lacerda, em homenagem ao seu idealizador, o engenheiro Antônio de Lacerda.
Atualmente, o equipamento funciona com quatro cabines, que fazem o transporte de 27 pessoas, por viagem. O deslocamento leva até 25 segundos. Quanto o assunto é estrutura, o Elevador possui 72 metros de altura, número equivalente a um prédio de 24 andares. E não tem mais o posto de maior elevador do mundo. Isso fica com Zhangjiajie, na China, com 326 metros.
A arquitetura do elevador baiano tem estilo art déco - que surgiu na Europa nos anos 20 e características marcantes como o uso de formas geométricas, ornamentos e design abstrato.
Por mês, o Elevador Lacerda chega a transportar 900 mil passageiros ou, em média, 28 mil pessoas por dia, segundo a Prefeitura de Salvador. Por tamanha importância, o meio de transporte se tornou patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2006.
Mayra Lopes
Mayra Lopes
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