Casos de furtos de cabos são recorrentes na Bahia e afetam setores do transporte público e fornecimento de energia elétrica. Somente na primeira semana de dezembro, por exemplo, o metrô de Salvador registrou duas situações em menos de 24 horas, afetando o funcionamento de trens e impactando a mobilidade.
No setor de energia elétrica, segundo a Neoenergia Coelba, no período de janeiro a outubro deste ano, foram registradas 1.064 ocorrências provocadas pelo furto de fios ou equipamentos da rede no estado. Ao iBahia, a empresa informou que devido às ações mais de 22 mil consumidores tiveram o fornecimento de energia suspenso.
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Ainda de acordo com a Neonergia Coelba, para reparar a prática ilegal, cerca de 3.500 profissionais da distribuidora precisaram ser mobilizados para atuar nas ocorrências.
Outro prejuízo apontado pelo balanço é o furto de equipamentos que compõem a rede elétrica. Segundo a empresa, essas ações também prejudicam não só a distribuição de energia, como também dificulta o restabelecimento do serviço.
“O furto de determinados equipamentos instalados na rede elétrica impossibilita a normalização remota de uma ocorrência. Isto é: um restabelecimento de energia que aconteceria em segundos pode levar horas. Com isso, residências, hospitais, comércios e outros segmentos da sociedade são impactados pelo ato ilegal”, destacou a gerente de Desempenho da Neoenergia Coelba, Narah Rank.
Impactos no metrô
Em relação ao metrô de Salvador, a CCR Metrô Bahia, concessionária que administra o sistema, informou que houve uma redução de 13% no número de ocorrências em relação ao período de janeiro a outubro em 2023.
O levantamento feito pela concessionária indica também que, dos casos registrados neste ano, ao menos 15% apresentaram impacto operacional para os passageiros. Não foi informada a quantidade de casos registrados no período.
No entanto, isso não impede as ações ilegais, que acontecem com mais recorrência nos meses de novembro e dezembro, segundo informou a CCR Metrô ao iBahia.
Na última semana, nos dias 7 e 6 de novembro, foram duas ocorrências em menos de 24 horas. Ambas aconteceram na Linha 2, trecho que liga as estações Acesso Norte e Aeroporto.
Por causa da ação, os trens passaram a operar com um intervalo maior entre as viagens, o que gerou lotação nas estações e nos vagões.
Além disso, passageiros que utilizam o transporte relataram ter esperado por mais tempo a passagem dos trens, o que gerou atrasos na rotina.
"Metrô cheio, tudo cheio. Metrô super lotado. Vindo de lá para cá parando em todas as estações, não tem energia dentro do metrô. Ontem teve isso também, esse processo do metrô lento, e hoje também", contou um dos passageiros em entrevista à TV Bahia.
Ações de combate
De acordo com as administradoras dos serviços, os casos têm sido mapeados e compartilhados com as autoridades.
Em relação ao fornecimento de energia, a Neoenergia Coelba informou que a empresa está substituindo as caixas da rede subterrânea por materiais chumbados com solda e concreto. A ação visa dificultar os furtos.
Além disso, Coelba destaca a parceria com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) no combate ao furto de cabos e equipamentos da rede elétrica com a "Operação Metallis", iniciativa de um Grupo de Trabalho criado pela SSP com outras instituições.
Já a CCR Metrô Bahia diz estar atuando com ações preventivas de reforço na vigilância, agindo também em parceria com a Secretaria de Segurança Pública. Diz ainda que equipes de manutenção têm atuado diariamente para evitar impactos.
Nathália Amorim
Nathália Amorim
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