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Dia Mundial da Água

Bahia perde 42% da água tratada durante distribuição, diz estudo

Nesta sexta (22), dia Mundial da Água, estudo revela detalhes sobre perdas diárias na distribuição. Entenda como essa perda pode afetar o dia a dia

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Iamany Santos

22/03/2024 às 7:17 • Atualizada em 22/03/2024 às 11:55 - há XX semanas
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Cerca de 42% da água tratada é "desperdiçada" na Bahia, conforme estudos estatísticos feitos pelo Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público voltada para questões de saneamento básico no Brasil. Esta porcentagem corresponde a perda de parte da água durante a passagem pelas tubulações de distribuição, por ligações clandestinas e limpezas operacionais no estado. Apesar de estar abaixo da média nacional, o indíce ainda não é o ideal.


				
					Bahia perde 42% da água tratada durante distribuição, diz estudo
Bahia desperdiça cerca de 42% da água tratada, diz estudo. Foto: Reprodução / Canva Pro

Nesta sexta-feira (22), celebra-se o Dia Mundial da Água, data estabelecida pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e que funciona como ferramenta para discutir questões ligadas aos recursos hídricos e saneamento básico. Publicada na quarta-feira (20), a 16ª edição do Ranking do Saneamento apresenta uma série de dados que podem ajudar as gestões públicas a entender o cenário do saneamento no país e agir com mais precisão.

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Apesar do levantamento de dados estatais feito pela instituição, o estudo foca na análise das 100 cidades mais populosas do Brasil. De acordo com o documento, em Salvador, a perda de água tratada por ligação, ou seja, através das tubulações, é de 726,21 L/dia. O dado, que leva em consideração indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), é de 2022 e apresenta uma redução de 78% em comparação ao registrado na capital baiana entre 2018 e 2021.


				
					Bahia perde 42% da água tratada durante distribuição, diz estudo
Bahia desperdiça cerca de 42% da água tratada, diz estudo. Foto: Divulgação/Embasa

Entretanto, os desperdícios comuns ao transporte da água não são os únicos impactos em Salvador. Nas últimas duas semanas, rompimentos de tubulações devido a obras na cidade e outras fatalidades do tipo acenderam um alerta para a perda de água tratada.

Entre a perda de água tratada e os incidentes, a população segue sendo a primeira impactada pelos percalços no fornecimento de água. Além disso, quando se fala de futuro, uma série de problemas ambientais, e até mesmo financeiros, podem recair sob a população se os índices de desperdício não foram consecutivamente reduzidos.

Quais as principais causas para a perda de água

Entre os fatores que podem influenciar no índice de perda de água durante a distribuição estão movimentação do solo, impacto do trânsito ou de obras na via e a fadiga do material, por exemplo. A melhora na infraestrutura de distribuição é a única forma de lidar com essa perda, que acontece em toda rede de distribuição de água e não pode ser completamente zerada, mas que precisa diminuir.

Para além dos 726,21 L/dia perdidos diariamente, Salvador enfrentou rompimentos de tubulações de grande porte na região da Lucaia, nos dias 8 e 15 de março, e na rua 11 de novembro, no bairro de Santa Cruz, no dia 12. Por pelo menos um dia, as localidades foram fortemente impactadas: moradores ficaram sem água, ônibus deixaram de passar devido aos estragos, além dos transtornos no tráfego.


				
					Bahia perde 42% da água tratada durante distribuição, diz estudo
Rompimento de adutora causa transtornos na Lucaia e região. Foto: Reprodução/Redes sociais

Nesses casos, uma grande quantidade de água jorra pelas encanações, ao ponto de alagar os locais, como aconteceu na Lucaia. Em nota ao iBahia, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informou que "busca enviar equipes assim que é informada, para realizar o reparo com a maior brevidade possível. Para isso, mantém equipes de plantão noturnas para agilizar o atendimento das ocorrências."

Há também vazamentos subterrâneos, que são imperceptíveis, mas que afetam a distribuição de água e, consequentemente, fazem parte do índice de perda. Para amenizar esse impacto, a Embasa "mantém sistemas de monitoramento para detectar anomalias e realiza pesquisas na rede, com técnica de geofonamento, para descobrir o ponto exato do vazamento e possibilitar sua correção".


				
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Ônibus deixam de circular em Santa Cruz após rompimento de tubulação. Foto: Reprodução/ TV Bahia

Como a perda de água pode afetar o cotidiano

A perda de água afeta diversos aspectos da vida cotidiana. Entre as esferas ambientais e econômicas, diminuir o desperdício é essencial para evitar transtornos e plantar um futuro promissor.

"O desperdício contribui para a elevação dos custos de tratamento e distribuição de água, o que pode se refletir em aumentos nas contas de água dos consumidores. Além disso, a escassez hídrica resultante desse desperdício pode levar a restrições no fornecimento de água, afetando diretamente a qualidade de vida das pessoas", pontua Roberto Miranda, diretor geral da T&D sustentável de Salvador, startup que busca soluções sustentáveis de saneamento.

Segundo o especialista, esse tipo de desperdício pode impactar diretamente na realização de atividades básicas do dia a dia, como higiene pessoal e preparo de alimentos. Setores econômicos como o turismo e a agricultura também podem ser afetados pelos impactos no fornecimento.


				
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Bahia desperdiça cerca de 42% da água tratada, diz estudo. Foto: Canva Fotos

A escassez dos recursos hídricos é uma das principais preocupações ambientais quanto a perda de água potável. "Essa escassez pode afetar também ecossistemas aquáticos, colocando em risco a fauna e flora locais, além de comprometer a disponibilidade de água para outros usos", enfatiza Roberto.

Segundo a Embasa, a empresa realiza uma série de ações de combate as perdas. Monitoramento e substituição periódica de tubulações estão entre as iniciativas tomadas. "Como forma de prevenir vazamentos, a empresa promove a substituição periódica de suas redes, priorizando os trechos mais antigos ou vulneráveis. No caso do volume de água que é consumido sem registro no hidrômetro, que compõem as chamadas “perdas aparentes”, a Embasa investe em combate a fraudes, fiscalização e campanhas para regularização de ligações clandestinas", diz a Embasa, em nota.

Metas

Até 2033, o Brasil tem a meta de fornecer água tratada para 99% da população, bem como coleta e tratamento de esgoto para 90% dos brasileiros. Esses objetivos são definidos pelo Marco Legal do Saneamento, a Lei Federal 14.026/2020.


				
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Bahia desperdiça cerca de 42% da água tratada, diz estudo. Foto: Canva Fotos

Para o Instituto Trata Brasil, o momento é de alerta, uma vez que não houve mudanças nos grupos das melhores e piores cidades do Brasil entre as pesquisas publicadas. No caso de Salvador, apesar da queda de 17% no índice de perda por distribuição, entre 2021 e 2022, o momento é de atuação para melhoria dos serviços e infraestrutura.

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