Um estudante pega o celular, abre o Instagram e, em vez de rolar o feed, começa a estudar. A cena pode parecer inusitada, mas já é realidade para milhares de alunos da chamada geração studygrammer. Por meio de hashtags e perfis on-line, o termo #studygram reúne um universo de figuras, gráficos e textos que resumem matérias da escola em esquemas bem visuais. Meticulosamente decorados, esses resumos apostam em canetas coloridas, fontes desenhadas e adesivos para atrair alunos na rede social de fotos.
Criadora da conta @estudaquepassa.medicina, a estudante Nattascha Dumke tem um dos studygrams mais conhecidos do Brasil. Voltado para as Biológicas, o perfil da jovem é repleto de comentários, que sugerem novos tópicos e agradecem pelo conteúdo. Atualmente na faculdade, ela descreve como compartilhar o material que foi positivo para os próprios estudos.
— No início, eu sentia dificuldade em criar resumos. Quando melhorei o método, resolvi compartilhar com alunos que passavam pelo mesmo. Um resumo bem feito pode incentivar o hábito de estudar em outros estudantes — conta Nattascha.
Essa empolgação com resumos bem elaborados pode, inclusive, estimular os estudantes a fazerem suas próprias versões do material, de acordo com ela.
— Selecionando, gravamos melhor o conteúdo e fica mais prático na hora de revisar. É interessante se inspirar em resumos para depois criar os próprios. As pessoas encontram algo no meu perfil, juntam com as informações delas e criam formatos novos. Vale ressaltar que um bom resumo não é o que tem o melhor desenho, mas aquele que melhor seleciona a matéria — argumenta.
No primeiro ano do Ensino Médio, a estudante Leticia Kazuma, de 14 anos, descobriu o studygram como uma forma de preparar resumos para o futuro, quando, segundo ela, vai precisar fazer revisões para o vestibular. Com o objetivo de deixar o caminho até lá mais divertido, a jovem passou a compartilhar o trabalho na conta @leticiatlkstudies.
— Comecei a compartilhar para incentivar outros estudantes, mas agora é uma forma de motivação mútua, já que o studygram se tornou uma “comunidade do bem”. Dividimos dicas de estudo e passamos por essas experiências juntos — explica Leticia.
Apesar de aprovar essa maneira visual de aprender, a estudante insiste que o formato não é para todos. Para ela, cada candidato deve testar várias técnicas de estudo até encontrar a forma mais indicada.
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— Cada pessoa absorve de um jeito, seja escrevendo várias vezes, usando cores diferentes ou ouvindo o conteúdo. Ler muito não era eficaz para mim. Descobri que aprendo visualmente. Muitos se sentem incapazes, mas, na verdade, só não encontraram a melhor forma — pontua.
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Redação iBahia
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