O aluguel de quartos para temporada tem sido cada vez mais comum, em especial em cidades de grande apelo turístico, como o Rio, e entre moradores com mais de 60 anos — seja para interagir com os jovens, aumentar a renda, complementar a aposentadoria ou preencher o ninho deixado pelos filhos. Os grandes eventos também ajudaram a impulsionar e quebrar a desconfiança cultural dos brasileiros em receber estranhos em sua casa.
Foi o que aconteceu com a funcionária pública Haydée Wyllie, de 60 anos, que, após a falecimento da mãe e da tia que moravam com ela, pôs uma suíte e um quarto de seu apartamento em Copacabana para jogo. A maioria dos seus visitantes são casais e ficam em torno de quatro dias. Alguns já voltaram mais de uma vez.
— No início foi por necessidade, mas hoje alugar os quartos se tornou prazeroso. Embora os hóspedes fiquem pouco na casa, sempre há alguma interação. Começam a conversar no corredor, aí se sentam na sala, brincam com os gatos... e quando vemos já estamos batendo altos papos, numa sessão de terapia (risos). É muito gostosa esta troca — conta Haydée.
Investimento em estrutura
Hoje, a média da diária que Haydée cobra é de R$ 90 e a renda vinda dos aluguéis cobre 60% de suas despesas mensais. Mas não pense que alugar quartos, mesmo que por temporada, é simplesmente anunciar e abrir a porta. Tal tipo de hospedagem requer uma estrutura mínima, como um bom colchão, wi-fi e, no caso do Rio, ar-condicionado. Haydée teve que fazer algumas adaptações para que seus quartos se destacassem no Airbnb, a plataforma de aluguel de temporada onde ela está inscrita:
— Botei cama box, mesa, televisão, frigobar e ar-condicionado em ambos os quartos e melhorei a internet. Fui melhorando conforme ia observando a necessidade deles.
Além disso, ela tem uma faxineira fiel que ajuda a manter tudo em ordem. De acordo com o Airbnb, nas avaliações dos viajantes, as amenidades mais valorizadas são, nesta ordem: internet; roupas de cama e banho e itens de higiene para o banho, como shampoo e condicionador.
Segundo Leo Tristão, diretor-geral do Airbnb no Brasil, ao anunciar o quarto, o ideal é que o dono da casa escreva um perfil com as características do espaço, regras gerais e rotina dos moradores.
— É importante redigir o anúncio e as comodidades oferecidas de forma detalhada e fidedigna para ajudar o hóspede a conhecer o local e evitar surpresas posteriores, como animais de estimação. Informe ainda quantas pessoas podem ficar hospedadas e se elas podem receber visitas, por exemplo.
Este último ponto é bem relevante no caso do aluguel de quartos. Diferentemente da locação do imóvel todo, raramente é permitido que o hóspede leve visitas. Haydée conta que ela e outros anfitriões que conhece já passaram por esta situação. Então, o melhor é deixar claro e orientar o porteiro a ficar de olho também.
Os donos que hospedam esses visitantes têm grupos onde trocam informações e se apoiam, por exemplo, para entregar chaves ou checar se está tudo bem durante a ausência do proprietário.
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Redação iBahia
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