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ECONOMIA

Setor de celulose comemora crescimento e exige fiscalização na produção e distribuição

Resultados deste ano foram divulgadas pela Associação Brasileira de Celulose e Papel, em São Paulo nesta semana

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21/12/2010 às 14:20 • Atualizada em 26/08/2022 às 20:27 - há XX semanas
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"Nós ultrapassamos, em um único ano, a Suécia e a Finlândia. O Brasil saiu da 6ª para 4ª colocação no ranking de produtores mundiais". Esse foi o balanço da Associação Brasileira de Celulose de Papel (Bracelpa) para 2010. Mesmo com o peso que a crise de 2009 atingiu a economia brasileira, o setor de celulose nacional conseguiu se recuperar e andar com os próprios pés, como afirmou a presidente executiva da Bracelpa Elizabeth Carvalhaes. Mas, apesar das conquistas atingidas, ainda há uma nova luta pela frente. A associação quer fiscalização para combater o desvio de finalidade dos produtos derivados da celulose na importação. Agora o foco está no papel imune, conhecido como papel imprensa, que tem isenção de alguns impostos como ICMS e IPI, e deve ser utilizado para confeccionar produtos como livros, revistas e jornais. Segundo dados divulgados pela Bracelpa, durante uma coletiva em São Paulo, o Brasil é hoje o país de maior risco de importações, por conta deste tipo de papel. "Quando as empresas fabricam papel de imprimir e escrever para o mercado recolhem aos cofres públicos 45% de impostos. Os papéis importados no Brasil em sua maioria estão sendo declarados com fins editoriais. Esses papéis não produzem livro nenhum e vão para o mercado com uma economia de 45% de tributos sobre o concorrente nacional, que pagou os impostos", explica Elizabeth. De acordo com a executiva, o consumo de papel de escrever e imprimir no Brasil cresceu cerca de 15% e as empresas nacionais não tiveram o aumento mair que 6%. Para ela, esse diferencial diz respeito à importação, e por conta disso merece uma fiscalização mais operacional por desvio de finalidade. Um meio de controle, criado pelo Ministério da Fazenda, já realiza a fiscalização deste setor para evitar sonegações relacionadas à importação do papel imune. Trata-se de um recadastramento trimestral do importador e do condutor de papel, chamada de Declaração Especial de Informações relativas ao Controle do Papel Imune (DIF-Papel Imune). Contudo, segundo o associação, a medida foi eficiente, mas ainda não tem conseguido demonstrar eficácia e resultados, pois as importações permanecem crescendo. "Em nenhum momento os nossos investidores, nossas empresas ou a Bracelpa, defende o cerceamento de mercado ou do produto especificamente nacional. Nós defendemos a isonomia de mercado. O mercado tem que se dar por competitividade, mas o que nós não podemos aceitar é a ilegalidade". A Bracelpa se preocupa com as importações de papel no Brasil vindas da China e da Indonésia. Segundo o órgão, há uma avaliação sendo concluída sobre esses materiais que podem indicar um subfaturamento de preço. "O crescimento da China no mercado externo se deve à enorme e inaceitáveis subsídios governamentais para as papeleiras daquele país", enfatiza.
Balanço geral - O mundo deixou de produzir quase 20 milhões de toneladas de celulose entre novembro de 2008 a maio de 2009, por conta da crise. Desse número, 15 milhões não retornaram ao mercado. O Brasil então começou a aumentar a exportação de celulose e, durante esse período, a compradora foi a China, que acumulou commodities a preço beneficiado. A crise de 2009 foi profunda, mas agora as receitas mostram recuperação tanto de faturamento, quanto de exportação. "Isso merece ser celebrado, pois sair de uma crise é bom em quaisquer circunstâncias. A crise exigiu dos produtores e investidores brasileiros muita atenção", comemora Elizabeth. O setor de celulose brasileiro fecha o ano de 2010 com 14 bilhões de toneladas, sendo quase 10 bilhões de papel. Atingiu um crescimento de 16% no faturamento do setor e encerra o ano com R$ 32 bilhões. O Brasil possui atualmente 222 empresas, em 18 estados do país. As florestas plantadas do Brasil fazem parte das únicas que superam, em quase o dobro, as metas estabelecidas em preservação, quando comparada aos outros setores da economia que fazem uso das terras brasileiras. Entenda mais sobre os números do setor de celulose e papel e Florestas plantadas no vídeo abaixo: [youtube zAIoWq7L6iM]

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