Há tempos que botar película escura nos vidros do carro é uma prática comum. Desde que chegaram ao país, em 1988, seu uso foi progressivamente disseminado. O problema é que, com a popularização, o mercado foi inundado com produtos de boa e de má qualidade. Mas como identificá-los?
O primeiro passo é verificar a origem e, junto, a embalagem. Jamais se deve comprar a película em rolos, fora da embalagem. Outro ponto importante é ver se a película tem o chamado liner — é o nome do fabricante original impresso, um número de série similar aos que vemos nos vidros do carro. Esse número é um indicador de qualidade e servirá, inclusive, para solicitar algum reparo em garantia. Aliás, exigir o certificado de garantia impresso também é importante para isso.O TESTE DA CAIXAPeça ainda para o vendedor fazer o “teste da caixa de luz”. É uma caixa com uma forte lâmpada interna, na qual é possível mostrar a redução de calor proporcionada pelo produto.É simples: liga-se a luz no interior da caixa e põe-se uma placa de vidro com o filme aplicado em sua superfície. Depois, é só aproximar a mão para verificar o calor que a película deixa passar.Fizemos esse teste na loja Phoenix Auto Solutions, localizada no Terminal Menezes Côrtes e que distribui o produto da marca americana Inter Control, e vimos como faz diferença. O produto de má qualidade não impede a passagem do calor. Outro teste que o consumidor pode fazer é passar acetona no filme: a tinta do filme sai na hora.— O filme de boa qualidade tem metal em sua composição e vai refletir a luz e impedir o acúmulo de calor no interior do veículo. Os de má qualidade, tintados, praticamente são plásticos tingidos e não têm as propriedades e os benefícios das boas películas — explica Renato Freitas, sócio da empresa.Os outros benefícios das boas películas são a proteção contra os raios UVA e UVB e em caso de acidente (o vidro estilhado fica preso na película) e a boa visibilidade de dentro para fora.ROXO DESBOTADOAs tintadas também acabam tendo um visual ruim, pois desbotam, indo do marrom original para o vermelho ou o roxo, e enrugam.Outro cuidado que se deve ter — com películas de qualquer qualidade — é na aplicação: jamais se deve usar detergente, que muda a composição do produto e gera problemas futuros. O certo é usar um shampoo especial, que desacelera o efeito da cola pelo tempo necessário para que a película seja aplicada da forma correta.As películas básicas boas custam, em média, de R$ 280 (carros compactos) a R$ 400 (grande), e têm garantia de três a cinco anos, dependendo do fabricante.Já as UV-Block, que são quase transparentes (algumas podem ser usadas até no para-brisa) mas têm as mesmas propriedades, custam de R$ 700 a R$ 1.000, com garantia permanente. E no topo da linha existe a Platinum, que é mais escura e custa de R$ 900 a R$ 1.400, com 10 anos de garantia. O que estiver fora desses padrões deve ser analisado detalhadamente.MOTORISTA NÃO É MORCEGOE nunca é demais lembrar: a película não pode ser tão escura a ponto de pôr em risco a segurança do trânsito. Um bom começo é seguir a legislação: de acordo com a resolução nº 254/2007, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% no para-brisa incolor, 70% no para-brisa colorido, 70% nas janelas das portas da frente, e de 28% nos demais vidros (janelas laterais traseiras e vidro de trás).Mais do que temer a punição (multa de R$ 127,69 além da perda de 5 pontos na Carteira de Habilitação) ou não ser aprovado na vistoria, o motorista deve pensar na irresponsabilidade que é dirigir às quase cegas.
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Redação iBahia
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