As cidades de Ilhéus e Itabuna, do sul da Bahia e tradicionais produtoras de cacau, atingiram recorde na cotação do arroba do produto. A informação foi divulgada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) nesta quarta-feira (9).
Segundo informações da Seagri, o fechamento da cotação do cacau se mantém em R$ 300, para cada 15 quilos da commodity - preço mais alto registrado no ano. O preço é um recorde histórico e se mantém desde 31 de outubro. Em janeiro, a arroba de cacau era cotada a R$ 200.
Leia também:
A valorização do produto também está refletida no mercado internacional. Ainda segundo a Seagri, em Londres, a tonelada do cacau chegou a 3.416 libras esterlinas nesta quarta. Esse é o valor mais alto do produto desde o início das negociações internacionais da commodities, em 1920.
Segundo a análise do engenheiro agrônomo e diretor da Seagri, Thiago Guedes, o aumento do valor do cacau em 2023, se deve ao crescente interesse da indústria do chocolate em escala global. Além disso, esse fenômeno pode ser atribuído à redução na produção das safras na África Ocidental. Para ele, esse cenário sublinha a importância da produção baiana de cacau.
Cenário
A Bahia possui uma área plantada de aproximadamente 439 mil hectares no sul do estado. O setor gerou, em 2021, cerca de R$ 1,8 bilhão, equivalente a 5% do Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras da Bahia.
Além disso, aproximadamente 70% das propriedades onde há estabelecimentos produtores são propriedades da agricultura familiar.
O cacau produzido no Brasil ganhou relevância no setor produtivo internacionalmente e está participando da premiação mais importante do mundo para a cacauicultura: o Cocoa of Excellence, edição 2023. Três amostras de cacau brasileiras estão entre as 50 melhores do mundo e concorrem para o título de melhor do mundo.
Iamany Santos
Iamany Santos
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!