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Entrevista

Aila Menezes reivindica lugar no pagode e exalta corpos fora do padrão

De volta às origens, cantora baiana conversou com o iBahia sobre novo projeto, pressão estética e mais; confira

foto autor

Lucas Sales

14/08/2023 às 16:11 • Atualizada em 14/08/2023 às 16:25 - há XX semanas
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Aila Menezes é muitas possibilidades. Uma das percussoras femininas no cenário feminino do pagode baiano, a cantora está de volta às origens. Após passagem em ritmos como MPB, samba e em realitys shows como o "The Voice Brasil", a artista baiana foi em busca do novo ao lançar o álbum Pagode Latino.

Nas letras do novo projeto, a artista reafirma discursos sobre liberdade e empoderamento feminino. Em sete faixas, o álbum mescla o groove da Bahia com gêneros musicais representativos para a América Latina.

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"A ideia veio através de um sonho durante a pandemia. Eu sempre me coloco disponível ao universo para os contatos virem. Fiquei me questionando sobre o que eu poderia fazer no pagode quando aquela pandemia acabasse e me veio a ideia de misturar o pagode com ritmos latinos como merengue, salsa, mambo, bachata", contou ela ao iBahia.


				
					Aila Menezes reivindica lugar no pagode e exalta corpos fora do padrão
Foto: Lucas Sales / iBahia

Dona de si, a artista pontuou que todos os projetos que lança têm sempre um porque especial e diferenciado. Com o Pagode Latino não é diferente. Após oito anos do antigo álbum, o novo disco chega potente, cheios de recados e com a maturidade necessária para encantar o público.

"Por trás de tudo o que faço tem um recado. As roupas que visto, as bandeiras que levanto [...] eu queria trazer um trabalho coeso, maduro, que pudesse efetivamente dizer 'olha, ela está em outro momento da carreira dela, ela está trazendo algo diferente'. Se eu tivesse feito um outro álbum antes, não tivesse sido com tanta veemência e convicção. Eu quis pesquisar, me preparar, trazer para o pagode essa maturidade. Me encontro em um momento mais pronto, coerente e maduro da minha carreira para dizer ao Brasil que essa efetivamente sou eu", disse.

A baiana já trabalhou com publicidade, panfletagem, já vendeu lanches na escola, mas o talento para os palcos e arte falaram mais alto e logo em seguida ela estava arrastando multidões e conquistando fãs pelo Brasil a fora.

"Eu tenho uma motivação para estar aqui. Junto comigo tem milhares de mulheres que estão comigo. Elas não estão aqui [presencialmente], mas estão dentro de mim. Respeito as minhas ancestrais, aquelas que galgaram caminhos antes de mim, para seguir esse caminho eu estou aqui para deixar um legado. Vou 'pra' dentro", pontuou.


				
					Aila Menezes reivindica lugar no pagode e exalta corpos fora do padrão
Foto: Arquivo pessoal

Pressão estética

A artista mostra que não existe limites para o corpo gordo. Na dança, na música, na arte em geral, Aila dá o "nome e sobrenome" e faz acontecer. Sobre as críticas recebida pelo físico, a artista destacou que não liga para críticas e que seguirá mostrando ao mundo toda a as curvas e personalidade.

"Vivemos em uma sociedade adoecida. O capitalismo investe para que a gente não seja feliz, mas para que a gente não se aceite. Quando a gente atinge um patamar de estar em paz, a gente deixa passa a não consumir algumas coisas. Como vão se vender clínicas de estética? Produtos milagrosos? Como vamos vender ideologias farsantes? Eu sou uma mulher que compreende a minha existência", iniciou.

"Eu percebo que as pessoas atribuem com o corpo mudar com infelicidade. Nunca se consegue chegar ao padrão. Eu sou um corpo gordo feliz, resistente. Eu não me limito a esse corpo. Isso não me limita e não deveria limitar as pessoas. Precisamos buscar ter a mente ideal, que não se limita aos rótulos", finalizou.

Vídeo: Arquivo pessoal
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Lucas Sales

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