Salvador recebe no próximo sábado, 23, às 18h30, na Concha Acústica do TCA, 160 músicos, com mais de 40 canções inéditas concebidas por Gilberto Gil e pelo maestro italiano Aldo Brizzi, na ópera canção "Amor Azul".
"É uma obra sobre o amor e o DNA e é todo da MPB. Vai dar pra ouvir samba, afoxé, bossa nova. Será uma explosão do violão de Gil em 160 músicos", disse Aldo.
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De acordo com o maestro, o elenco é composto 99% por baianos da Orquestra e Coro do Neojiba e solistas do Núcleo de Ópera da Bahia. A produção promete encantar o público com uma experiência artística inesquecível, com canções baseadas em poemas hindus, de um romance proibido entre o Deus Indiano Krishna e a mortal Radha.
Para além da história hindu, Aldo Brizzi contou ao Mundo GFM que a cultura indiana se apresentará de diversas formas ao longo da ópera mas, com o jeito e o dendê que só o baiano sabe implacar no canto lírico.
"Gil fará improvisos no violão que se assemelharão ao som do Sitar (instrumento símbolo da música indiana), além de improvisos vocais que se assemelham aos vocais rítmicos indianos, fica tudo muito hipnótico", completou Aldo.
As sensações serão as mais diferenciadas. "Será uma experiência única porque não é um show de música popular e não é um concerto de música erudita, é a junção dos dois elementos que acontece pela primeira vez na Bahia nesse formato e com a profundeza de contar uma história", disse ele.
Sobre eternizar a obra e as 40 canções, Brizzi disse que, por enquanto, não há a intenção de gravar as composições em um formato de CD ou DVD. "Estamos esperando a versão cênica. Gil tá muito curioso e está esperando muito esse momento. Gil está com 82 anos de idade e pela primeira vez vai atuar e cantar como nunca fez na vida dele, é uma experiência nova", completou.
Ópera-canção composta por Gilberto Gil e Brizzi possui dois atos
A peça é dividida em dois atos e conta com mais de 150 artistas no palco, entre solistas, músicos e dançarinos. Gil, que atuou ativamente como co-compositor da obra, estará no palco durante toda a apresentação e cantará pelo menos 20 músicas.
"Gil é o fio condutor do espetáculo. Ele conta a história pela música", disse o regente Aldo Brizzi. "Essa música foi feita na Bahia, lugar ideal para oferecer ao público baiano essa novidade de Gil. São músicas novas e inéditas ainda não apresentadas na cidade onde foram compostas", concluiu.
Os ingressos para assistir à obra inédita de Gilberto Gil estão sendo vendidos pela plataforma Sympla e fisicamente na bilheteria do TCA. Os valores vão de R$ 50 a R$ 180.
Sobre Aldo Brizzi
Diretor musical do Núcleo de Ópera da Bahia (NOP), Aldo Brizzi tem 64 anos e quatro décadas de carreira. Mora em Salvador, na Gamboa, mas nasceu na comuna de Alexandria e rodou o mundo a trabalho com a função de regente do Festival de Darmstadt (Alemanha) e da Filarmônica da Rádio France.
Fixou residência na Bahia em 1999, quando virou professor visitante da Universidade Federal da Bahia. Já teve composições gravadas por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Margareth Menezes, Arnaldo Antunes e outros nomes da MPB.