Desde muito antes de existir a sigla LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuais, Pansexuais e Não Bináries), a Música Popular Brasileira contou com a voz e a presença de artistas que se tornaram ícones da comunidade. Alguns optaram por não levantar bandeiras ao longo de suas trajetórias, enquanto outros fizeram do ativismo uma marca. O fato é que, apenas pelo fato de existirem, esses cantores e compositores já deixaram suas marcas na História.
No Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado nesta quarta (28), o Mundo GFM destaca cinco artistas da MPB que representam a diversidade e inspiram diferentes gerações. Você ouve os maiores sucessos desses ícones na programação musical da 90,1.
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Confira:
Ney Matogrosso
Uma das vozes mais marcantes da MPB quebrou tabus já no início da carreira, quando despontou como vocalista do grupo Secos & Molhados, em 1973. A figura andrógina, o rebolado e a voz aguda contribuíram para dar um nó na cabeça dos conservadores, levando o artista a ser visto como uma "ameaça" à moral e aos bons costumes, no Brasil da ditadura militar. Ney, que não costuma rotular sua sexualidade, teve relacionamentos com homens e mulheres ao longo da vida. Um de seus namoros mais conhecidos foi com Cazuza, ícone do rock brasileiro dos anos 80.
Angela RoRo
A cantora, compositora e pianista é reconhecida como uma pessoa polêmica, de temperamento forte, e despontou no mercado fonográfico no fim dos anos 70, com uma obra confessional e visceral. Assumidamente homossexual, RoRo teve um relacionamento conturbado com a também cantora Zizi Possi, nos anos 80, e virou notícia nos últimos anos pelos namoros com mulheres mais jovens. Em entrevista à revista Marie Claire, a artista se definiu como uma "lésbica diamante", que nunca se interessou por relacionamentos com homens.
Ana Carolina
A artista, que é um dos maiores nomes da MPB da atualidade, surgiu no cenário musical na virada para o século XXI, com sua voz grave e marcante. Bissexual assumida, Ana Carolina já teve relacionamentos com mulheres, como a cantora Chiara Civello, e se tornou um ícone da comunidade lésbica.
Maria Gadu
A cantora e compositora que alcançou o topo das paradas com a canção "Shimbalaiê" também é assumidamente bissexual. Maria Gadu costuma se apresentar em eventos e campanhas em prol da comunidade LGBTQIAPN+. Em entrevista ao programa Altas Horas, da Rede Globo, ela disse já ter sido "estigmatizada" diversas vezes pelo fato de fazer parte da comunidade.
Ana Vilela
Sucesso com a música "Trem Bala", lançada em 2016, a cantora e compositora é lésbica e assume um papel ativista. Ao portal Vírgula, em 2021, Ana também falou sobre os estigmas associados à homossexualidade feminina. "Eu acho que por ser algo muito fetichizado, o pessoal não vê 'problema' porque é uma coisa que a galera vê em iconografia e sente um 'desejo'. É um negócio que fica ali na margem, sabe? Não evolui, e as pessoas não tratam com a seriedade que precisa", disse.