Um dos ícones da Bossa Nova e da canção engajada, Carlos Lyra completa 90 anos nesta quinta-feira (11). O cantor, compositor e violonista, nascido em 11 de maio de 1933, foi revelado em disco na voz de Sylvia Telles (1935-1966), que gravou "Menino" em 1956. Ele ainda firmou parcerias com Ronaldo Bôscoli (1928-1994), em canções como "Lobo Bobo" e "Se é tarde me perdoa", e Vinicius de Moraes (1913-1980), dando origem a clássicos como "Coisa mais linda" e "Marcha da Quarta-feira de Cinzas".
Após o início associado à Bossa Nova, no entanto, Carlos Lyra passou a fazer um trabalho mais político. Em 1960, o compositor fez a trilha sonora da peça "A mais valia vai acabar, seu Edgar", do dramaturgo e diretor paulistano Oduvaldo Vianna Filho (1936 – 1974), o Vianinha. Ele ainda escreveu a "Canção do Subdesenvolvido", censurada logo após o golpe militar de 1964, e o Hino da União Nacional dos Estudantes (UNE). O engajamento político fez com que Lyra fosse alvo da censura diversas vezes.
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Nos últimos anos, o artista se envolveu em diversos projetos de revisitação da Bossa Nova e lançou álbuns de músicas inéditas. O álbum coletivo "Afeto", feito em sua homenagem, deve ser lançado nos próximos meses.
