O período e as festividades da Páscoa em 2025 prometem ser diferentes. Isso porque a produção cacaueira passa por dificuldades em escala global, o que afeta diretamente na produção de chocolate, produto essencial para essa época do ano.
Para entender como a redução de produção do cacau afeta os preços do chocolate no Brasil, o Fala Bahia conversou com Antônio Zugaib, Chefe de Planejamento da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).
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O especialista aponta que a crise na produção do cacau no mundo todo teve piora por três instâncias de déficit, o que causou a queda de 32% para 27% na relação estoque-moagem.
"Quando essa relação chega a menos de 30% é preocupante. O mercado fica nervoso e os preços disparam. É o que está ocorrendo", explica Antonio Zugaib, que lembra que uma tonelada de cacau chegou a custar cerca de 13 mil dólares no mercado internacional.
Especialista explica motivos por trás da crise cacaueira
Antonio Zugaib lista alguns motivos pelos quais o chocolate está com preços amargos. Um desses motivos é o envelhecimento dos produtores de cacau no continente africano, principalmente em Gana.
O especialista também fala sobre a doença conhecida como Broto Inchado, que tem reduzido bastante a produção da fruta. "Essa Broto Inchado é uma doença muito séria, porque como eu soube tem que erradicar até o pé de cacau", explica o professor.
O chefe de planejamento da CEPLAC fala também da disseminação das doenças Vassoura de Bruxa e Moniliase, que têm impactado a produção nacional de cacau na Bahia e no norte do Brasil.
"E algumas, alguns locais onde tem algumas mudanças climáticas, né? Quando não é muita temperatura alta, é muita chuva, isso também prejudica", explicou o especialista.
O professor ainda explica que quando há déficit no mercado, os produtores que ainda têm o produto para comércio, podem pedir um "ágio", um valor adicional ao valor da bolsa. Por isso a alta nos preços também.
O especialista comenta que não é contra a importação para suprir a necessidade do cacau para a produção de chocolate, mas indica a fiscalização da saúde da fruta importada.
"Essas importações de cacau podem vir com pragas, com doenças. Então eu acho que a análise de risco, a verificação do cacau, ela tem que ser no país de origem, ou seja, no país que tá exportando, né? Para que ele não venha nem para cá", indica o professor.
O futuro do preço do Cacau em 2025
Apesar dos preços altos durante essa Páscoa, o professor Antonio Zugaib explica que pode ser algo que dure pouco: "Bom, a Organização Internacional do Cacau já nos sinalizou que nessa safra de 2024 de 2025 é com um superávit de 142.000 toneladas. Isso tem feito com que os preços caiam ultimamente."
O professor lembra ainda que a flutuação de preços podem ser manipuladas pelas indústrias cacaueiras no Brasil, que têm interesse na queda dos preços para ajudar na venda de chocolates.
O professor ainda indica que para ficar por dentro dos preços e flutuações do mercado é interessante ficar de olho nos boletins trimestrais divulgados pela Organização Mundial de Cacau, postados no website do órgão.
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