Na Bahia, dois casos de mortes de bebês por causa da indução ao parto normal foram denunciados em menos de um mês. O último caso aconteceu na madrugada desta terça-feira (12), na maternidade Tsylla Balbino, em Salvador. Em junho, outro caso ocorreu em Feira de Santana, cidade do interior.
O parto é um procedimento delicado e que exige cuidados, por isso é importante entender qual o tipo de procedimento é indicado para cada caso, como explica a obstetra Adriana Monteiro.
Leia também:
“O parto mais seguro vai ser aquele parto de acordo com a saúde da mãe do bebê. Pensando na maioria da população, que é saudável, o parto normal, conhecido como parto vaginal, é seguro. As contrações, aqueles momentos que a mulher passa antes do bebê nascer, o ajuda a amadurecer, a pegar melhor no peito, pra mamar, e a ser um bebê neurologicamente mais desenvolvido. A gente reserva a cesariana para situações nas quais a mãe e o bebê apresentam alguma necessidade especial, algum risco.”
Segundo a médica, existem alguns sinais para que a equipe médica e família decidam mudar de parto normal para cesariana. O sofrimento fetal é o principal fator a ser notado. Quando isso acontece, significa que o bebê está com os batimentos cardíacos abaixo ou acima do que é considerado normal, que são entre 120 e 160 batidas por minuto.
Associado aos batimentos cardíacos está o mecônio, quando o bebê defeca dentro da barriga da mãe. O sinal é percebido quando a bolsa estoura e o líquido amniótico não sai transparente, e sim esverdeado ou escuro. Além disso, se a dilatação da mulher durante o trabalho de parto não evolui entre 4 e 8 horas, também é um alerta para que o tipo de parto seja alterado.
Ainda de acordo a obstetra, a demora para a realização da cesariana nos casos de risco pode ser fatal, tanto para a mãe quanto para o bebê.