Após 20 anos desde a publicação do código civil de 2002, que permitiu aos noivos adotarem o sobrenome do outro no matrimônio, o cenário tem mudado. Segundo dados da Associação de Registradores Civis das Pessoas Naturais da Bahia, o número de mulheres que escolhem incluir o sobrenome do esposo após o matrimônio sofreu uma queda de 90,6% na Bahia.
A taxa foi gradual desde a publicação do código civil de 2002. Naquela época, o número de alteração nos nomes das mulheres chegava a 64,7%. Passados 20 anos, a tendência é de queda nesse comportamento.
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A jornalista e estudante de psicologia Aline Barnabé vai se casar em breve, mas pretende manter o nome atual. Para ela, o processo burocrático motivou a decisão.
"Eu optei, já é uma decisão, que quando eu for casar, que vai ser muito em breve, que eu não vou adotar o nome do marido. Porque, minha principal motivação é o desgaste que você tem pra renovar todo sua documentação. Então, você tem que ter um despende de tempo e dinheiro pra renovar toda a documentação, que só está sendo necessária por onta da alteração de um nome. O casamento é mais uma burocracia que é importante para o estado, para os direitos e deveres mas, a aquisição de um nome, não vai fazer muita diferença na relação.", conta.
Já a servidora pública Barbara Lima está passando pelo processo contrário. Recém divorciada, quando se casou, ela aderiu ao sobrenome do ex-companheiro e agora está tendo dificuldade para retomar o nome de solteira.
"Quando eu me casei, adotei o sobrenome do meu ex-marido, o último sobrenome, na época. E eu me divorciei na pandemia e agora eu encontro uma série de dificuldade para voltar a usar meu nome de solteira, porque a burocracia, com toda a documentação que a gente precisa refazer, é muito maior do que quando a gente casa. Então, retornar a todos os órgãos públicos e a todos os vínculos que a gente tem para poder voltar com esse nome de solteira é muito mais burocrática do que quando a gente casa. Que parece simples quando a gente casa. Mas na ocasião do divórcio, volta a usar o nome de solteira, sem o sobrenome do marido é muito mais difícil.", destaca.
Quem deseja altera o nome deve providenciar a mudança de todos os documentos pessoais - RG, carteira de habilitação, título de eleitor, passaporte, cadastro bancário, registros imobiliários e também no local de trabalho. Já para quem não quer fazer a mudança, é preciso apresentar apenas a carteira de casamento quando for necessário fazer prova de sua identidade.
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