O bairro da Boca do Rio, em Salvador, durante muitos anos era conhecido como Boca do Rio das Pedras. Esse nome é derivado do Rio das Pedrinhas, que possui foz na região. Segundo alguns historiadores, até a década de 60, havia no lugar uma grande lagoa, atualmente aterrada, e também um manguezal. As primeiras casas construídas no local eram de pescadores e pessoas que foram expulsas de alguns bairros, como Pituba e Ondina.
Próximo à orla da capital baiana, a região possui histórias que talvez sejam desconhecidas por muitos baianos. Dona Tereza Barbosa dos Santos, de 91 anos, foi uma das primeiras moradoras da Boca do Rio, chegando localidade em 1959, e lembra detalhes de como foi a criação do bairro.
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“Quando cheguei, era uma invasão que tinha começado. Na época, tinha uma pessoa que já estava marcando os terrenos e dando para algumas pessoas. Eles mediam 10 metros de frente e 20 metros de fundo. Um dos critérios era que a casa fosse construída em até três meses. Foi então que começou a correria para começar a construir a minha, senão iriam tomar”, relembrou.
Dona Tereza acompanhou toda a evolução da Boca do Rio. Ao falar sobre as dificuldades da época, ela destacou a distância para conseguir água: “A gente pegava água no Caxundé, na Bolandeira ou em um chafariz que ficava na região onde hoje é o final de linha. Ficava uma fila enorme, tinha barulho, muita gente querendo passar na frente...Uma confusão”.
O esposo de Dona Tereza, sr.º Francisco Alves dos Santos, também fez parte da história do bairro. Ele fundou, junto com outros amigos, em 1962, o primeiro time de futebol da região - o Real Brasil -. Ao falar sobre a Boca do rio, ele destaca que não imaginava que o crescimento do bairro seria tão evidente como é visto nos dias atuais.
“Tanta lama, muriçoca, que tinha aqui... Eu não pensava que nunca iria ver a Boca do Rio como está hoje. Atualmente tem tudo, não falta nada”, frisou.
Com o crescimento populacional, o comércio do bairro também foi acompanhando essa evolução. E, pensando nisso, o comunicador Marcelo Garcia decidiu criar o projeto Boca do Rio Magazine, que é um canal de comunicação na internet para informar a população acerca das notícias do bairro e, sobretudo, divulgar os empreendedores locais.
“A gente entende que um comércio forte é bom para todos. É bom para o comerciante que emprega, que gera renda, assim como para o morador, que tem uma facilidade maior de conseguir emprego. Então, é uma via de fortalecimento da comunidade como um todo”, disse.
Morador do bairro e conhecedor da região, Marcelo também utiliza a iniciativa para destacar os problemas que afetam a rotina dos moradores. Inclusive, ele aproveitou para pontuar uma questão que é rotineira na localidade.
“Eu acho que um problema que é constante é o incêndio os postes. Eu acho que falta um carinho, um zelo maior, da Coelba em tratar essa situação. A empresa atribui o problema aos provedores de internet, mas a gente sabe que a partir do momento que o poste é de propriedade da Coelba, ela precisa cuidar do que está sendo colocado ali”, afirmou.
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