No topo das músicas mais escutadas em Salvador no Spotify, Zé Paredão entra também para a lista dos fenômenos do pagode baiano na atualidade.
Natural de Simões Filho, Jefferson de Souza Santos, mais conhecido como Zé Paredão, de 25 anos, já deixou sua marca na música sem precisar de muito tempo na estrada.
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Convidado do progama Atitude, da Bahia FM, deste domingo (30), o artista, que faz parte do time dos "Meninos da A5", produtora baiana de pagode, relembrou o início da carreira na música em entrevista ao iBahia.
Zé conta que seus primeiros passos foram longes da música secular. O artista, que é evangélico, foi apresentado a arte através da igreja e se encantou com o mundo da música.
"Minha infância foi toda na igreja, e foi uma escola para mim. Tudo que sei eu aprendi na igreja. Aos 10 anos eu participei de um projeto social chamado O Menino do Pelô, e daí eu conheci vários países, conheci vários estados também com esse projeto social. E profissional mesmo, cantando, foi aos 17 anos", conta.
Do início na música como parte da banda na percussão, à composição. Jeff, que na época ainda não era Zé Paredão, chegou a ter uma composição gravada pelo cantor Gabriel Diniz (1990-2019), antes de estourar no pagode.
"Foi 2018, eu tava esperando a van da banda sair para poder ir para o show e tipo do nada. Ele saiu do hotel e eu fui tirar uma foto. Falei com ele 'sou compositor também'. Ele pediu para eu cantar uma música minha, quando eu cantei 'Joga o Copo Pro Alto' que foi a música ele falou 'Vou gravar essa música'. Na semana seguinte, o produtor dele falou comigo, mandei meus dados para o contrato, ele pediu minha conta, como eu não tinha, mandei a de minha mãe e do nada 15.000 de liberação. Eu não tinha nem noção do que era R$ 1 mil na conta, que dirás 15.000. E foi aí que eu vi mesmo que eu tinha talento para esse lado da composição."
O Zé Paredão surge na vida de Jeferson como um acaso, daqueles bem acertados. Na época, o jovem tocava em uma banda de pagode e durante os ensaios foi chamado para fazer a parte do vocalista que havia faltado naquele dia.
"Foi muito engraçado, porque eu tava tocando e o cantor não foi. Aí me pediram para cantar e como eu já sabia das músicas, não foi um problema. No dia seguinte me surpreendi com a proposta da própria banda de cantar com eles e acabei virando vocalista", relembra aos risos.
Já o nome veio de uma sugestão do cantor Bruno Magnata, da banda La Fúria, com um toque de criatividade do próprio Jeferson, de não ficar na mesmice dos nomes que surgiram na época.
"Tinha um artista chamado Aldair Playboy. E aí Bruno Magnata sugeriu 'Bota o nome da banda Zé Playboy', só que eu não queria ficar imitando o cara. Aí numa resenha, saiu o nome Zé Paredão e acabou colando."
Em suas canções, o artista foge do caminho que o fez seguir na música, a igreja. Com letras ousadas e até mesmo criticadas por quem segue a risca a religião, Jeferson conta que apesar de cantar a música secular os palcos, nada abala a sua fé.
"A igreja somos nós. Eu não preciso estar todos os dias na igreja para ter fé em Deus. Eu canto nas igrejas, recebo convite para poder louvar nas igrejas e tipo, muita gente critica, mas na Bíblia não tem dizendo que o microfone da igreja é santo. Eu não canto no altar porque eu sei muito bem do que eu faço, sei que eu canto música do mundo secular, mas só eu sei o que eu passo. Só eu sei da minha fé, então não ligo muito."
No topo das paradas em 2022, a ideia é seguir nesse caminho para 2023, que promete ser um ano importante para a música baiana com o retorno do Carnaval após dois anos de pandemia.
"Para o verão, o artista garante que já tem muita coisa boa sendo preparada, entre elas um audiovisual. "Vamos gravar um CD para ser lançado em dezembro, um projeto com áudiovisual com distribuição bem bacana nas plataformas digitais em 2023. É um cenário muito esperançoso, chega até dar uma ansiedade. Nós tocamos no Carnaval todos os dias nos bairros e nos circuitos tradicionais. Então espero que tudo dê certo", afirma.
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