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ATITUDE

'Mesmo com sucesso de 2020, as portas ainda não se abriram para mim', afirma A Dama, destaque feminino no pagode baiano

Cantora é a única mulher escalada para cantar no Palco Pagotrap do Salvador Fest 2022

Bianca Andrade • 04/09/2022 às 20:51 • Atualizada em 04/09/2022 às 21:54 - há XX semanas

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					'Mesmo com sucesso de 2020, as portas ainda não se abriram para mim', afirma A Dama, destaque feminino no pagode baiano
Foto: Reprodução/ Instagram

Representante feminina do pagode no Salvador Fest, Alanna Sarah, A Dama, é a exceção de uma regra não explícita, mas já velha conhecida por quem conhece e entende o gênero predominantemente dominado por homens.

A artista, convidada do programa Atitude, da Bahia FM, deste domingo (4), que traz para o público uma edição especial do Salvador Fest, conversou com o iBahia momentos antes de se apresentar e falou sobre o convite para participar do evento, que volta acontecer após dois anos de pandemia da Covid-19.

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"Receber o convite para estar na grade do Salvador Fest foi uma surpresa, porque todos os anos do Salvador Fest, nunca tinha uma mulher cantando pagode e dividindo aquele palco ali com todos aqueles homens. Saber que eu sou uma representatividade tão forte a ponto de tá ali, é gratificante", conta.

Para o show no Salvador Fest, que acontece no dia 18 de setembro, no Palco Pagotrap, A Dama promete usar seu espaço para dar voz a outras cantoras de pagode.

"Eu sempre pensei dessa forma, porque sozinha a gente não chega a lugar nenhum. E quando você vai criando um legado e aquele legado ele vai crescendo, o seu nome tá ali e a probabilidade é de seu nome crescer cada vez mais, então a gente precisa dessa rede de apoio, de fortalecer não só o meu trabalho, como o de todas as outras mulheres que estão nessa. Parra o Salvador Fest eu convidei três mulheres do Pagode para fazer parte disso comigo porque a revolução não é só minha é de todas nós".

No bate-papo, Alana fez uma análise de tudo que aconteceu na sua carreira desde que foi revelada para o público geral. A Dama foi um dos destaques do verão de 2019/2020, quando lançou a música 'Ai Pai Pirraça' e chegou a ser eleita uma das revelações do Carnaval naquele ano.

Para a artista, o panorama vem com uma crítica ao machismo da indústria da música. Ao iBahia, a cantora confessou que apesar de ter tido o amadurecimento profissional, a única coisa que mudou mesmo foi o fato de se tornar um nome conhecido na cena, porém, os títulos do passado não chegaram a abrir portas para ela.

Segundo a pagodeira, o fato do mercado ser dominado por homens, não só quem canta, mas também quem produz, faz com que as mulheres acabem ficando de fora dos espaços maiores.

"Dizer que eu bati uns quatro hits e consegui uma agenda de show como dos homens, isso aí para mim não aconteceu. Até porque a gente sabe que dono de paredão é homem contratante. Então, uma mulher como eu, que empodera outras mulheres e que exige um local de respeito, acaba não sendo vista com bons olhos. Mesmo com sucesso de 2020, as portas ainda não se abriram para mim. A fama não mudou muita coisa na minha agenda, mas não é por falta de esforço. Além de 'Ai Pai Pirraça' eu lancei 'Ela É Solteira', 'Machista Não Tem Vez', e ainda assim o meu trabalho, não deu uma alavancada da forma que ele deveria".

Questionada sobre os planos para o futuro, a artista brincou com seu título de revelação do Carnaval e disse que a torcida é para que ele permaneça em 2023, já que o reinado da revelação em 2024 não pôde ser gozado como deveria devido à pandemia da Covid.

"Eu fui revelação do Carnaval e aquilo ali para na minha visão era uma porta para conseguir de verdade ganhar um mundo, mas infelizmente a pandemia atrapalhou que esse trabalho continuasse. Então eu espero que esse próximo esse Carnaval que vem agora eu continue sendo uma revelação e que mude esse quadro de agenda, para que a gente consiga trabalhar melhor e possa gritar cada vez mais, pedindo respeito e espaço para entrar com o pé na porta", disse.

Confira a participação de A Dama no Atitude:

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