JP de Jadison Palma e JP de Jovens Periféricos. A sigla representa duas grandes potências baianas, a primeira o nome do morador do bairro Fazenda Coutos, no Subúrbio Ferroviário, de 28 anos, que levou o sonho de ter sua própria marca de roupa para a rua.
A segunda o nome do projeto social criado por Jadison, que atualmente atende cerca de 300 alunos, oferecendo cursos de oficina de moda, teatro, música, canto, estudos literários, inglês, dentre outros.
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Convidado do programa Atitude, da Bahia FM no último domingo (4), Jadison contou a história do projeto que transformou não só a vida de diversos jovens na capital baiana, como também a dele.
"No ano de 2016 eu criei a minha linha de vestuário personalizada, a ideia principal era comercializar os meus produtos e a minha forma de comercializar esses produtos era em forma de desfile de moda em praças públicas, e fazendo ensaios fotográficos. Então eu convidava alguns amigos conhecidos para poder expor essas as roupas nas redes sociais e nos bairros deles, só que tomou uma proporção muito grande."
Através da JP, na época que levava a sigla do nome de Jadison, o jovem promoveu desfiles de modas em escolas e praças públicas, atingindo um público maior do que o esperado, o que o inspirou a criar o projeto social.
"Vale a pena lembrar que as roupas a qual eu comercializava era de cunho periférico, com identificação com jovens de Periferia. Então eu comecei a fazer desfile de moda dentro das escolas, comercializando também as minhas roupas com os alunos. E aí foi que me veio a ideia de criar um projeto social, desvinculei o nome da minha marca e criei o Jovens Periféricos. Eu recebi um convite para fazer um desfile no Teatro de Plataforma e naquele dia a gente reuniu quase 200 pessoas no desfile."
Sem experiência na área, Jadison conta que o impacto do desfile realizado no Teatro de Plataforma fez com que ele conquistasse um feito para o projeto, uma sala no espaço para que a atividade social fosse desenvovlida.
"A convite de um produtor cultural chamado Fabrício, ele conseguiu uma determinada sala ali mesmo no teatro para que a gente pudesse desenvolver essa atividade social. Eu fui me aprofundar em outro projeto no Pelourinho, onde eu aprendi técnica de passarela e a coisa foi crescendo e se espalhando. Hoje a gente tem duas sedes, principalmente no meu bairro, temos 300 alunos e jovens que saíram do nosso projeto e estão em diversas agências fora de Salvador", conta.
O projeto desenvolvido por Jadison vai além da moda, e dá oportunidades para jovens periféricos alcançarem espaços que por muitos anos o acesso era dificultado.
"A gente não trabalha somente a moda. Tem a parte educacional. Hoje temos parcerias com instituições de ensino. Estou me formando em Publicidade e Propaganda e faço questão de tentar conseguir coisas para os jovens por onde eu passo. É outra forma de fazer com que os jovens possam se sentir atraídos e envolvidos. Em 2019 a gente conseguiu colocar 30 jovens na universidade e eu fui um dos beneficiados, e temos a parceria hoje para levar essa oportunidade para os meninos."
Questionado pelo iBahia sobre as oportunidades dadas para ele quando criança, adolescente, Jadison reconhece que há certa dificuldade de manter um projeto social pela falta de investimento.
"No país a gente vive é muito complicado incentivo à cultura. Eu falo financeiramente. Já participei de alguns projetos sociais na minha comunidade, só que não tão não posso dizer que era contínuo. Era algo que começava em um dia terminava no outro. Então eu eu considero que esse projeto é o qual desenvolvi juntamente com os meus membros, meus amigos, ele revolucionou porque é um projeto que traz esperança a gente gosta de ressaltar, que é um projeto que salva vidas a princípio né na questão do racismo na questão do combate da pressão do assédio."
Atualmente, Jadison conta com uma equipe qualificada para desenvolver o trabalho e acredita que o projeto Jovens Periféricos pode levar ainda mais esperança para os jovens da capital baiana, com alcance nacional e mundial.
"Hoje eu tenho uma equipe com fotógrafo, maquiadoras, produtores e a nossa ideia é captar o máximo de jovens para que eles possam se sentir ainda mais atraído como eu falei e possam desfrutar do projeto. A nossa ideia é multiplicar, fazer com que a juventude nega periférica da cidade de Salvador, ela possa ajudar uns aos outros isso que é importante.
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