O que era para ser apenas um simples lanche para as filhas se transformou no negócio que atualmente sustenta toda a família de Gessiane Silva, de 41 anos.
Convidada do quadro 'Na Larica' do programa Atitude, da Bahia FM, deste domingo (14), a proprietária do 'Delícias da Gessi' viu a vida mudar após decidir investir nos salgados.
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Em entrevista ao iBahia, a empreendedora relembrou o início de sua história na área, cerca de sete anos atrás, que chegou a ter cinco tentativas até o acerto final.
"Tudo aconteceu com um lanche. Eu vi uma receita de pãozinho delícia no YouTube e resolvi fazer para minhas filhas lancharem de tarde em casa. Eu já trabalhava com cozinha, mas tentei fazer essa receita quatro vezes até acertar na quinta. Todo mundo amou e minha cunhada teve a ideia de fazer os pãezinhos para que ela vendesse na faculdade".
Gessi revela que conseguiu uma boa clientela no negócio com a cunhada, até ter que desfazer a sociedade e dar início ao projeto solo. A empreendedora, moradora da comunidade de Saramandaia, em Pernambués, conta que durante a pandemia, precisou se reinventar e decidiu investir no delivery para driblar a crise.
"Com tudo fechado, comecei a fazer delivery na minha comunidade. Fritava os salgados em casa e entregava aos clientes, depois surgiu a ideia de fazer os salgados congelados para que eles fritassem em casa e foi dando certo".
Atualmente, o cardápio da 'Delícias da Gessi' conta com outros salgados além do pãozinho delícia. "Eu investi em outros salgados, fui aprimorando minhas receitas e crescendo o cardápio. Temos pasteizinhos, coxinha, bolinha de queijo, quibe, empadas, saltenha, camarão encapotado".
O 'Delícias da Gessi' cresceu a tal ponto que é possível encontrar os quitutes em diversas localidades da capital baiana.
"Nós temos três carrinhos que ficam em alguns pontos de Salvador, e os meninos saem para vender no início da tarde. Todos os carrinhos voltam vazios. Tem gente que pergunta quando a gente não coloca as peças para vender, graças a Deus o negócio virou um sucesso".
O reflexo do sucesso está no fato do empreendimento ser a única renda de Gessiane. "Hoje eu vivo disso. Eu tenho uma equipe que trabalha comigo que é a minha mãe, minha filha, meu genro. Tenho o apoio da minha mãe, que tem 65 anos e faz questão de me ajudar nessa missão. É muito importante isso para mim. Minhas irmãs também dão esse apoio".
Uma das irmãs, inclusive, Cristiane Silva, de 42 anos, esteve presente durante a gravação do programa e contou sobre a sua relação com Gessi. Ao iBahia, a fotógrafa relembrou que precisou dar um empurrão na profissionalização do trabalho de Gessi.
"Eu apoio ela, faço as fotos, estou sempre dando dicas de empreendedorismo, porque ela era bem crua nesse sentido. Ela não fazia uma planilha, não tinha isso organizado. Então preparamos isso e até hoje, sempre que posso estou ao lado dela".
Gessi ainda contou ao site sobre uma outra alegria, a de poder ajudar pessoas de sua comunidade com o seu trabalho.
"Geramos empregos em Saramandaia. Tem muitos meninos que trabalham com a gente, e é uma oportunidade também de sair do tráfico. Conseguimos tirar alguns jovens dessa situação, e eu fico muito feliz de poder proporcionar isso para outras pessoas".
Quanto a ter mudado a própria vida com o suor do próprio trabalho, Gessi não esconde a emoção de olhar para trás e ver sua trajetória de sucesso: "É gratificante saber que meu sonho não é só meu, tem também o das minhas irmãs. Para quem trabalhou o tempo todo na cozinha dos outros, ter meu próprio negócio é satisfatório".
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