A Organização Mundial da Saúde (OMS) corrigiu nesta segunda-feira sua avaliação do risco do coronavírus que surgiu na China, considerando elevado para o nível internacional, depois de tê-lo descrito como moderado por "erro de formulação". Em seu relatório sobre a situação, publicado nas primeiras horas desta segunda-feira, a OMS indica que sua "avaliação de risco (...) não mudou desde a última atualização (22 de janeiro): muito alto na China, alto no nível regional e em todo o mundo".
O avanço do coronavírus está derrubando as bolsas internacionais e elevando a cotação do dólar. No Brasil, a moeda americana chegou a R$ 4,22. O mercado é pressionado pelos efeitos econômicos causados pela disseminação do vírus na China e em escala mundial.
Em relatórios anteriores, a agência especializada das Nações Unidas apontou que o risco global era "moderado". Na última quinta-feira, a OMS considerou "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional". Hoje, admitiu o equívoco.
"Foi um erro de formulação nos relatórios de 23, 24 e 25 de janeiro, e nós o corrigimos", explicou à AFP uma porta-voz da instituição com sede em Genebra.
"Ainda não é uma emergência de saúde global, mas pode vir a ser", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que viajou para a China.
A OMS só utiliza esse termo para epidemias que exigem certa reação global, como a gripe suína H1N1 em 2009, o vírus zika em 2016 e a febre ebola, que atingiu parte da África Ocidental entre 2014 e 2016 e República Democrática do Congo desde 2018.
Da família dos coronavírus —como o causador da síndrome respiratória aguda grave (Sars)—, o vírus 2019-nCoV causa sintomas gripais em pessoas que o contraíram e pode levar à síndrome respiratória grave.
Até agora, pelo menos 81 pessoas morreram e quase 2.800 foram infectadas desde o seu surgimento em Wuhan, na China, no final de dezembro.
Durante o surto de Sars (2002-2003), a OMS criticou Pequim por ter demorado a alertar e tentar esconder a verdadeira extensão da epidemia.
A OMS também foi criticada nos últimos anos. Considerada alarmista por alguns durante a epidemia do vírus H1N1 em 2009, foi acusada, durante a epidemia de ebola na África Ocidental (2014), de não ter calibrado a verdadeira extensão da crise.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!