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Mãe de americana que cometeu suicídio rebate críticas do Vaticano

Bispo espanhol qualificou a ação de "reprovável".

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19/11/2014 às 15:14 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:45 - há XX semanas
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A mãe de Brittany Maynard, a americana que sofria de câncer terminal e realizou suicídio assistido no dia 1º de novembro, rebateu as críticas que o Vaticano fez à decisão de sua filha. Debbie Ziegler disse que as críticas atingiram a família de uma maneira "pior do que uma bofetada", quando ainda eles estavam de luto. Depois de a família anunciar que Brittany tinha tomado as pílulas prescritas pelo médicos para uma morte sem dor, o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, o bispo espanhol Ignacio Carrasco de Paula, qualificou a ação de "reprovável".

"O suicídio assistido é algo absurdo. A dignidade é algo diferente de alguém terminar com a própria vida. O ato de Brittany em si mesmo é reprovável, mas não sabemos o que ocorreu em sua consciência", disse o embro da Cúria Romana em uma entrevista à agência italiana Ansa.A mãe da americana decidiu publicar uma carta no site da ONG Compassion & Choices. "A imposição de uma crença em uma questão de direitos humanos é ruim. Censurar uma decisão pessoal como reprovável porque não está alinhada às crenças de outra pessoa é imoral", afirmou Debbie."A decisão da minha filha de 29 anos de morrer sem dor em vez de sofrer uma degradação física e mental com um sofrimento intenso não merece ser tachada de reprovável por desconhecidos de outro continente que não a conheciam nem as particularidades de sua situação", reafirmou a mãe da jovem. Debbie também ressaltou o momento no qual o bispo espanhol lançou suas críticas, apenas dois dias depois da morte de Brittany."Esta palavra foi usada publicamente em um momento em que minha família estava sensível e tinha sofrido um ferimento recente. Estávamos de luto. Uma crítica tão dura por parte de pessoas que não conhecemos, que jamais conhecemos, é pior que uma bofetada. Nos deram uma rasteira quando lutávamos para tomar ar", concluiu.Mudança Para poder seguir com a decisão da eutanásia, Brittany e seu marido se mudaram para Oregon, um dos cinco estados americanos onde a o procedimento é autorizado Após se estabelecer como residente no local, ela teve de provar que tem menos de seis meses de vida. Em janeiro, pouco mais de um ano após se casar, Brittany foi ao médico por causa de fortes dores de cabeça e foi diagnosticada um tumor cerebral de grande agressividade. O câncer avançou rapidamente, e os especialistas informaram que só restava a ela alguns meses de vida. Além disso, o desenvolvimento da doença causaria intensas dores. Diante deste prognóstico, Brittany decidiu praticar o suicídio assistido, procedimento que permite ao paciente de doenças terminais morrer com acompanhamento médico antes que suas condições de saúde se deteriorem definitivamente.

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