Um americano pode ter contraído o vírus da Zika após ter tido contato com as lágrimas e o suor do pai que estava infectado. O caso, que foi analisado por especialistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, foi divulgado nesta quarta-feira, na publicação médica "New England Journal of Medicine". As informações são da agência de notícias "Associated Press".
O método de transmissão raro pode ter acontecido porque o pai do homem infectado tinha 100 mil vezes mais vírus da Zika em seu corpo que um paciente comum. Segundo a "Associated Press", a publicação não dá respostas definitivas sobre a razão pela qual os níveis de vírus no organismo do pai do americano eram tão altos ou por que o filho dele contraiu o vírus de uma forma ainda não documentada. No entanto, oferece novos detalhes sobre os eventos que antecederam o caso de transmissão que tem intrigado os pesquisadores.
Segundo o "New England Journal of Medicine", o idoso de 73 anos, que morreu em junho deste ano, foi diagnosticado com câncer de próstata oito meses antes. Ele estava se tratando com radioterapia, o que pode ter facilitado a replicação do vírus da Zika em seu corpo. O homem teria adquirido o vírus da Zika durante uma viagem de algumas semanas ao México, durante a qual outros de seus parentes também foram infectados com o vírus.
O filho dele, um americano, de 38 anos, apresentou os sintomas da Zika apenas cinco dias após visitar o pai em um hospital. Logo depois, recebeu o diagnóstico da doença. Ele se recuperou em pouco tempo. Mas especialistas descobriram que ele ajudou enfermeiras no hospital a cuidar de seu pai. Foi quando ele teve contato com as lágrimas do idoso sem usar luvas.
Nenhum dos enfermeiros adquiriu o vírus da Zika, nem mesmo outros parentes que visitaram o idoso. Vale lembrar que autoridadades testaram mosquitos da região e não encontraram sinais do vírus neles.
Segundo Sankar Swaminathan, chefe da divisão de doenças infecciosas da unidade de saúde da Universidade de Utah, o caso de transmissão raro pode ter acontecido porque o idoso tinha uma quantidade de vírus muito grande em seu organismo. Assim, afirmou que não existe a necessidade de se usar luvas ao lidar com pacientes comuns da doença. "Não há riscos de apertas as mãos de uma pessoa com uma infecção tradicional de Zika", garantiu o médico.
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Redação iBahia
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