Estudantes da Guiné-Bissau na Rússia estão pedindo uma intervenção das autoridades guineenses para fazer chegar ao governo de Moscou o temor de ataques da população, que os aponta como portadores do vírus ebola. Elísio Barbosa, presidente da Associação dos Estudantes Guineenses na Rússia, disse, em entrevista a uma rádio de Bissau, que a população da cidade de Oriol "está furiosa com os estudantes africanos", principalmente os guineenses. Quinze estudantes guineenses, contemplados com bolsas de estudo pelo governo russo, chegaram a Moscou na terça-feira (14) e um dos jovens foi levado ao médico por ter febre. Concluiu-se que não se tratava de ebola, explicou Elísio Barbosa, mas, mesmo assim, a casa dos estudantes foi desinfetada. "Qual não foi o nosso espanto quando uma equipe de televisão chegou à residência e começou a entrevistar os alunos da Guiné-Bissau. Por ter colocado as imagens na televisão local, a população pensou que estavam infectados com o vírus ebola", disse Barbosa, acrescentando que há estudantes africanos ameaçados de morte e a situação "não deve ser menosprezada". Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ebola causou 4.493 mortes em 8.997 casos registados em sete países (a Libéria, Serra Leoa e a Guiné-Bissau, os mais afetados, mas também a Nigéria, o Senegal, a Espanha e os Estados Unidos). A OMS teme um expressivo aumento do número de infecções que estima poder subir até 10 mil novos casos por semana até ao final do ano na África Ocidental.
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