"Ótimo serviço, não damos gorjeta a negros". A frase manuscrita foi deixada por um casal na conta para a garçonete Kelly Carter, em um restaurante no estado de Virginia, nos Estados Unidos, no último final de semana. Desde então, pessoas têm ido ao estabelecimento para abraçar e dar gratificações a Kelly, além de uma campanha online ter sido criada para dar uma "gorjeta coletiva" à garçonete — até agora, o valor arrecadado na plataforma YouCaring já passou de US$ 2,6 mil (mais de R$ 8590).
Kelly contou à mídia local que o casal tinha por volta de 25 anos e até elogiou o café da manhã que ela serviu. E mais: ela os atenderia de novo.
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"Uma lembrança de ódio não pode me parar. Meus braços ainda estão abertos para eles", afirmou, acrescentando que reconheceria os rostos do casal caso os visse novamente. O proprietário do restaurante, Tommy Tellez, afirmou à rede de televisão britânica BBC que a reação do público tem sido "fenomenal" ao recado — que classificou como "terrível, desanimador e ultrajante".
Tellez acredita que a retórica da campanha presidencial americana significou que "certamente o racismo esteve à mesa nos últimos 18 meses" e jogaram combustível "em um fogo que nunca cessou" nos Estados Unidos.
Kelly reforçou que deseja encontrar o casal de novo: "Apenas servi-los novamente fará eles saberem que não conseguiram tirar o melhor de mim. E eu realmente quero dizer isso".
No país, dar gorjetas é comum, uma vez que os restaurantes normalmente pagam menos do que o salário mínimo, sobre o pretexto de que estas gratificações completarão o pagamento. Na campanha no YouCaring, doadores deixaram recados.
"Kelly, você acabou de receber uma gorjeta de 92% diretamente de Chipre, a 9 mil milhas de distância", escreveu um usuário. "Sinto muito que isto tenha acontecido. Gosto de sua resposta — temos que lembrar de matá-los com gentileza", afirmou outro internauta.
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Redação iBahia
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